Eu ainda era um adolescente no dia 1° de maio de 1992, ocasião em que conheci o ACAJOWE (Acampamento João Wesley), localizado no distrito de Xerém, em Duque de Caxias - R.J.
Naquele período, o citado artefato já representava uma referência para os crentes da IMW (Igreja Metodista Wesleyana), que ali se reuniam aos milhares em grandes ajuntamentos.
Muitas foram as experiências vividas por mim e por meus pares neste santo recinto, vivências estas que imortalizaram-se em nossas memórias geográficas.
Eis o projeto: a ideia inicial é abordar as distintas experiências vividas por mim e por outros amigos e/ou irmãos no outrora ACAJOWE - atual Centro de Convenções da IMW - à luz dos pressupostos do horizonte humanístico em geografia, dialogando - igualmente - com a geografia da religião.
Sobre o fenômeno religioso e sua relação com a geografia, Rosendahl (2002) pontua que, por ser parte integrante da vida do homem, a religião nos ajuda a compreender o sentimento do ser humano em relação a certos lugares simbólicos, como locais de peregrinação e templos. Em outro estudo, a professora Zeny Rosendahl (2003, p 205) afirma que:
O conjunto de trabalhos vinculados à perspectiva humanística da geografia focaliza as ligações que as pessoas desenvolvem com lugares sagrados (...) contribuindo para o desenvolvimento de laços pessoais e de sentido de lugar. As pesquisas de Tuan (1978 e 1980) afirmam que uma ligação emocional é criada e mantida através da edificação do lugar sagrado. O processo de criação contribui para que lugares e objetos se tornem parte de nossa auto-identidade, assim como o contato repetido, a familiaridade com o lugar e a experiência compartilhada.
Na verdade, “a ancoragem dos fenômenos identitários nos lugares” (BOSSÉ, 2013, p. 226), contribui para que o ser humano, igualmente, se identifique com o lugar onde sua fé se manifesta. Não há como deixar de atribuir sentimentos valorativos ao lócus da revelação divina (TUAN, 1978; ROSENDAHL, 2002; 2003; CASSIRER, 2004).
Aguardemos...
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