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A HISTÓRIA DE SEU WILIAN (DE GUARATIBA)
MARCIO LUIS FERNANDES

Resumo:
Conferir nome aos lugares possui um forte significado, uma vez que essas denominações estabelecem conexões entre o lugar em tempos pretéritos e hodiernamente. Assim sendo, a toponímia revela posse, memória, simbolismo, querência, adesão, resistência e intimidade com o lugar nomeado (MELLO, 2007). Neste campo, Corrêa (2003, p. 176) sublinha: “a toponímia constitui-se em relevante marca cultural e expressa uma efetiva apropriação do espaço por um dado grupo, sendo um poderoso elemento identitário”. Nesse sentido, os nomes dos logradouros ou bairros conferem a esses lugares uma forte identidade, sendo resultado de vivências, embates, utopias e valores, em meio a amigos, parentes, estranhos, conhecidos e sentimentos, compondo um todo de introjeções, estranhamentos, aderências e pertencimentos (MELLO, 2000). Empregando os fundamentos metodológicos da geografia humanística, quais sejam as filosofias do significado, o presente texto tem por objetivo decodificar a toponímia e seu caráter identitário, utilizando – para isso – o topônimo “Ilha de Guaratiba” como objeto investigativo. PALAVRAS-CHAVE: Toponímia. Identidade. Ilha de Guaratiba.

AS FILOSOFIAS DO SIGNIFICADO: FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DA        GEOGRAFIA HUMANÍSTICA

Apoiada nos princípios da fenomenologia e da hermenêutica, a geografia humanística tem interesse em entender a alma dos lugares a partir das experiências vividas pelos indivíduos e grupos sociais. Esta perspectiva entende ser o lugar parte integrante do ser, sendo cada indivíduo um geógrafo informal capacitado para discorrer sobre a alma dos lugares, por ser o homem quem produz, aprende, vive e transmite geografia (BUTTIMER, 1982; COSGROVE, 2004; LOWENTHAL, 1982; MELLO, 2004; 2005; 2007; SCHUTZ, 1979).
     “A fenomenologia é a filosofia presente em um número maior de estudos humanísticos em geografia” (MELLO, 1991, p. 36), sendo também considerada um método de investigação (ARANHA, 1996; GOMES, 2007). “Seu criador, o filósofo alemão Edmund Husserl (1859 – 1938) critica as teorias científicas, particularmente as de inspiração positivista, excessivamente apegadas à objetividade e à crença de que a realidade se reduz àquilo que se percebe pelos sentidos” (MELLO, 1991, p. 36).
     Etimologicamente, fenomenologia é o estudo do fenômeno, sendo seu papel analisar a dinâmica que fornece sentido e significado aos objetos, tratando o mundo e os seres humanos de uma maneira indissociável (SCHUTZ, 1979). Examinando o conceito de fenômeno, que em grego significa o que aparece (ARANHA, 1996), compreendemos melhor que a fenomenologia trata do conhecimento como ele surge, isto é, como se apresenta à consciência. Como fonte de significado para o mundo, a consciência não se restringe ao mero conhecimento intelectual, mas é geradora de intencionalidades não só cognitivas como afetivas e práticas. O olhar sobre o mundo é o ato pelo qual o homem o experiencia, imaginando, julgando, amando, temendo (ARANHA, 1996; SCHUTZ, 1979).
     A fenomenologia critica a tendência naturalista que orienta o método das ciências humanas. Para esta filosofia, não há fatos com a objetividade pretendida pelo positivismo, já que não entendemos o mundo como um dado bruto, desprovido de significados. O mundo que decodifico é um universo para mim, daí a importância do sentimento, do entendimento e da rede de significações que envolvem os nossos universos vividos (ARANHA, 1996). Para Schutz (1979), o ponto de partida irredutível para as bases fenomenológicas diz respeito às experiências do ser humano consciente, que vive e age em um mundo que ele capta, interage e interpreta – assumindo significados múltiplos.
     Como experiência é sempre vivência de alguma coisa, todas as experiências diretas dos seres humanos são experiências em (e de) seu mundo vivido. Elas o constituem, são dirigidas a ele, são nele testadas e vivenciadas. O universo vivido é simplesmente toda a esfera das experiências cotidianas, direções e ações através das quais os indivíduos lidam com seus interesses. De acordo com a filosofia fenomenológica, cada indivíduo constrói o seu próprio mundo. Assim, subjetivamente, duas pessoas jamais poderiam vivenciar a mesma situação da mesma forma (SCHUTZ, 1979).
     Por contemplar como traço comum a inseparabilidade sujeito-objeto, a fenomenologia examina de maneira radical os fenômenos da consciência ou da experiência vivida, busca os fatos como são produzidos, interpretando a apreensão da essência e desta maneira investiga os atos e o entendimento sobre o mundo vivido.
A intersubjetividade, ou intermundo, é o mundo comum a diferentes pessoas, cenário e objeto das ações e das interações dos seres humanos. O mundo vivido, continuamente experienciado, é modificado pelas ações humanas, que também modifica as suas ações (MELLO, 1991). “Já o estoque de experiências é um enriquecimento cotidiano, prático e teórico, que fornece ao homem elementos para agir e pensar” (MELLO, 1991, p. 38). “No entanto, este conhecimento não é homogêneo e sim incoerente, parcial, contraditório e ambíguo” (MELLO, 2000, p. 58). “O conhecimento do mundo, recebido pela cultura formal e informal e completado pela experiência pessoal, gera intimidade e afetividade pelo lugar vivido” (MELLO, 2000, p. 58). Este mundo que, para a fenomenologia é o contexto dentro do qual a consciência é revelada, ocorre à nossa experiência e interpretação (BUTTIMER, 1982; ELIADE, 1971; GOMES, 2007; MELLO, 2005).
     “A hermenêutica, uma outra filosofia do significado, utilizada pelos geógrafos humanistas, tem como precursor o alemão Wilhem Dilthey (1833 – 1911) que adicionou a este movimento filosófico – próximo da fenomenologia de Schutz – elementos da importância interpretativa” (MELLO, 1991, p. 41). A origem do termo se situa na antiguidade, inspirada na mitologia grega de Hermes, deus da comunicação, encarregado de trazer as mensagens do Olimpo (GOMES, 2007). Utilizada originalmente pelos antigos teólogos como metodologia própria à interpretação da Bíblia, o termo passou posteriormente a designar todo esforço de interpretação científica de um texto difícil que exige uma explicação. Contemporaneamente, a hermenêutica constitui uma reflexão filosófica interpretativa ou compreensiva sobre os símbolos, sendo fundamental em todas as humanidades e em todas as disciplinas que se ocupam com a interpretação das obras dos homens (ABBAGNANO, 2007; JAPIASSÚ; MARCONDES, 2006; PALMER, 1970).
     “Na hermenêutica”, como na fenomenologia, “não há separação entre sujeito e objeto”. Assim sendo, esta “filosofia interpretativa tenta explicar os conteúdos da mente e outros aspectos da experiência vivida” em meio à introjeções, onde os indivíduos e grupos sociais não são dissociados de sua base territorial experienciada. Cabe ao geógrafo esclarecer o significado dos conceitos, símbolos e aspirações, à medida que tudo isso está atrelado ao espaço e ao lugar. Ou seja, “o geógrafo humanístico tem como tarefa interpretar a ambivalência, ambigüidade e complexidade da consciência dos indivíduos e/ou grupos sociais a respeito do meio ambiente” (MELLO, 1991, p. 42).
     Vale ressaltar que “as fronteiras entre fenomenologia e hermenêutica não são muito rígidas”. Assim sendo, “vários geógrafos humanísticos – entre eles Tuan, Buttimer, Lowenthal e Relph – embora se classifiquem como fenomenologistas, exibem o movimento hermenêutico de forma inconfundível” (MELLO, 1991, p. 42). Seguindo esta vertente, o presente texto se esforça no intuito de tentar traduzir as geografias pessoais (individuais e coletivas) de Ilha de Guaratiba, utilizando para isso os pressupostos filosóficos aqui apresentados (FERNANDES, 2010).
Pressupondo que os indivíduos e grupos sociais não são distintos de seus lugares vividos, em meio à indissociabilidade fenomenológica entre sujeito objeto, e que cada pessoa possui uma geografia individual, sendo assim uma espécie de geógrafo informal, nosso objetivo a partir daqui é decodificar as experiências vividas dos guaratibanos, tecidas ao longo do tempo em sua base territorial comum, em uma tentativa de demonstrar a relevância de seu topônimo como elemento simbólico e identitário (BUTTIMER, 1982; COSGROVE, 2004; LOWENTHAL, 1982).
     







O CARÁTER IDENTITÁRIO DA TOPONÍMIA

Conferir nome aos lugares possui um forte significado, uma vez que essas denominações estabelecem conexões entre o lugar em tempos pretéritos e hodiernamente. Assim sendo, a toponímia revela posse, memória, simbolismo, querência, adesão, resistência e intimidade com o lugar nomeado (MELLO, 2007). Neste campo, Corrêa (2003, p. 176) sublinha: “a toponímia constitui-se em relevante marca cultural e expressa uma efetiva apropriação do espaço por um dado grupo, sendo um poderoso elemento identitário”. Nesse sentido, os nomes dos logradouros ou bairros conferem a esses lugares uma forte identidade, sendo resultado de vivências, embates, utopias e valores, em meio a amigos, parentes, estranhos, conhecidos e sentimentos, compondo um todo de introjeções, estranhamentos, aderências e pertencimentos (MELLO, 2000).
     Para Lessa (2001), a toponímia é o primeiro e o mais fiel registro dos lugares. Segundo o autor, a fidelidade das pessoas aos nomes é tanta que aderem aos lugares. Segundo Lessa (2001, p. 58):

Os nomes têm muito maior longevidade que as configurações materiais dos lugares. Um exemplo são os nomes que resistem, ainda que seus lugares originais não mais existam: guardam um inequívoco caráter simbólico. A Praça XI, que continua sendo evocada no samba do Rio; o Castelo é o lugar de um morro que já foi demolido; a Rua do Ouvidor, o que quase ninguém mais sabe quem foi, e dúvidas existem inclusive sobre qual ouvidor teria sido. Outros lugares se modificam eufonicamente: assim, a Batalha de Cerro-Corá, da Guerra do Paraguai, deu origem à favela Serra Coral. A Praça do Asseca virou Praça Seca; o sítio do Willian tornou-se Ilha (de Guaratiba) etc.

Mostrando-se um profundo conhecedor dos lugares de sua cidade e dos contextos que originaram seus nomes, Lessa aponta para a direção que enfocamos, uma vez que as toponímias são por ele abordadas como um verdadeiro mosaico que unem elementos contemporâneos e de outrora. Foi na busca do entendimento sobre o sentido e o significado dos nomes dos diferentes lugares da Cidade do Rio de Janeiro que o autor descobriu ter sido “um tal Willian, dono de um sítio em Guaratiba, o responsável pela origem do nome do lugar chamado ‘Ilha’” (LESSA, 2001, p. 427).
     Como a maioria das pessoas que se debruça sobre Ilha de Guaratiba, para chegar às origens do nome do referido lugar, Lessa se baseou nos escritos do historiador Rivadávia Pinto, segundo o qual, o topônimo “Ilha” teria se originado por corruptela do nome do inglês Willian que, vindo em meio à escolta inglesa que protegia a Família Real Portuguesa em seu traslado para a antiga Terra de Santa Cruz, em 1808, se apossou e passou a residir nas terras da área alvo de nossa investigação. Como os nativos não se esmeravam em pronunciar corretamente o seu nome, passaram a chamá-lo de “Wílha”, seu “Ilha de Guaratiba” e, por fim, “Ilha de Guaratiba” – em alusão ao inglês Willian – antigo proprietário das terras da localidade (LESSA, 2001). Já o topônimo “Guaratiba”, bem mais antigo, derivou-se do grande número de aves pernaltas que povoavam o local – os guarás. Como o vocábulo “tiba”, em Tupi-Guarani, significa abundância, Guaratiba, etimologicamente, significa “abundância de guarás” (PINTO, 1986). Nestes termos, o topônimo Ilha de Guaratiba resulta da corruptela de um nome próprio britânico e de um vocábulo indígena (FERNANDES, 2006).
     Apesar de possuir ampla aceitação, a referida versão, advinda de corruptela, alguns guaratibanos possuem outras teorias que tentam elucidar o porquê de um lugar não cercado por água se chamar Ilha. Entre esses moradores, estão o empresário Evanir de Souza e o paisagista Luís Alberto, dos quais repassamos, inicialmente, o parecer do primeiro:

Até a década de 1960, nossa localidade era completamente isolada do restante da cidade. Acredito que a própria localização geográfica do lugar tenha contribuído para seu histórico isolamento. Como estamos do outro lado do maciço, cercados de morros por todos os lados, acabamos por ficar ilhados do mundo a nossa volta. Percebíamos o nosso isolamento principalmente por causa do jornal que aqui chegava dois ou três dias depois de sua edição. Na verdade isso aqui era uma espécie de ilha sim, só que cercada pela montanha que contorna o local. Até hoje as pessoas que vêm aqui na chácara perguntam ao sair: como eu faço para ir pro Rio? Para elas, nosso lugar está fora dos limites da cidade. Ou seja, de certa forma, ainda estamos “ilhados”. Ainda somos uma “ilha” pois destoamos do restante da metrópole (EVANIR DE SOUZA).

     Apesar de não contestar a versão oficial da toponímia local em seu depoimento, Evanir de Souza pontua que o lugar poderia ser considerado uma “ilha” cercada pela Serra Geral de Guaratiba que, se derramando sobre o mar, seguindo por escarpas, montanhas e grotões florestados, contorna o lugar, fazendo do mesmo uma espécie de “ilha”, cercada pelas elevações pertencentes ao Maciço da Pedra Branca a leste, ao sul e ao norte, e pelo mangue a oeste. Esse isolamento natural, ao longo dos séculos, dificultou o acesso a esta área, separando-a parcialmente do restante do município, fazendo com que suas principais especificidades naturais fossem preservadas.
     Ainda sobre o topônimo “Ilha”, outro residente do local nos propõe a seguinte suposição:

Acho muito bonita a história do Willian, que – segundo a tradição – deu nome ao lugar. Mas onde estão os descendentes desse tal inglês? Se esse tal Willian tivesse mesmo existido, creio que boa parte das terras da localidade pertenceriam a seus parentes. Pra mim, quando essa história do Willian surgiu, o lugar já se chamava Ilha. Há indícios históricos que os principais rios do local (Piracão e Portinho) eram navegáveis até o século XIX, antes da construção da Avenida das Américas (antiga Rio-Santos). Nessa época, quando a maré subia, o lugar ficava ilhado, uma vez que – com exceção da planície da maré – é todo cercado por elevações. No meu entendimento, o topônimo Ilha provém da inundação periódica que o lugar sofria no passado por ocasião da subida da maré (LUÍS ALBERTO).

     Ao contrário de Evanir de Souza, Luís Alberto (47 anos) contesta a versão toponímica oficial baseada na história do Willian. Para o referido paisagista, o topônimo “Ilha” estaria atrelado às inundações periódicas de parte da Baixada de Guaratiba, em função da subida das águas nos períodos de maré alta. Luís Alberto baseia sua teoria nos registros históricos que asseguram a ocorrência de inundações regulares nas áreas próximas aos rios de canal da Planície da Maré de Guaratiba (CASTRO, 2002; PINTO, 1986) e nos estudos arqueológicos (KNEIP, 1987) e biológicos (ARAÚJO, 1987; MENEZES, 2005) da Baixada de Guaratiba. Ainda no tocante ao lugar e sua denominação, vejamos o que pensam os guaratibanos Márcia (45 anos) e José Humberto:

Eu sempre me orgulhei muito de morar em Ilha de Guaratiba. Quando perguntavam onde morava, enchia a boca pra responder: moro em Ilha de Guaratiba. Quando dava meu endereço, citando Ilha de Guaratiba como meu bairro, as pessoas me perguntavam: Guaratiba? Eu respondia: não. Não moro em Guaratiba. Eu moro em Ilha de Guaratiba. É claro que as pessoas não entendiam a diferença, mas era a maneira que eu encontrava de protestar contra aqueles que – por desconhecerem essa parte da cidade – generalizavam, homogeneizando um lugar que é diferente das demais localidades de Guaratiba (MÁRCIA DUARTE).

O símbolo mais forte de Ilha de Guaratiba é o seu isolamento que a distinguiu dos demais bairros de Guaratiba. Ilha de Guaratiba é específica porque foi esquecida. As pessoas, ou se deslocavam para a praia (Barra de Guaratiba), ou para o centro gastronômico (Pedra de Guaratiba). Ninguém se deslocava para Ilha de Guaratiba, que se tornou reduto apenas dos antigos agricultores (JOSÉ HUMBERTO RESENDE).
     
A força e a importância do topônimo “Ilha” pode ser detectada nos supramencionados relatos, onde os guaratibanos em tela fazem questão de distingui-lo de Guaratiba como um todo. Nessa trilha, nota-se uma forte identificação para com o lugar e sua denominação, como salientam Márcia Duarte e José Humberto Resende.
Por não ser considerado oficialmente um bairro, Ilha de Guaratba – sub-bairro de Guaratba – é frequentemente ignoto, sendo com isso inserto no bairro ao qual compõe. No entanto, os insiders, desbravadores e profundos conhecedores de seu universo vivido, sentem-se ofendidos quando seu lugar é acoplado a outro (espaço), com o qual não se identificam. Esse é o caso da Márcia e de vários outros guaratibanos que fazem questão de salientar que o seu lugar se denomina Ilha de Guaratiba.
     Mesmo proprietários de segunda habitação, como é o caso do médico José Humberto Resende, fazem questão de frisar as distinções entre os diferentes subespaços de Guaratiba, tanto para que se evite a confusão entre eles, quanto para que os diferenciais e as especificidades de Ilha de Guaratiba sejam reverenciados.
     Guaratiba é representada pela região administrativa do mesmo nome, sendo composta por três bairros: Pedra de Guaratiba, Barra de Guaratiba e Guaratiba, este último, o mais extenso bairro do município do Rio de Janeiro. Apesar da amplidão dessa área, constatamos em pesquisas de campo anteriores que é em Ilha de Guaratiba – sub-bairro de Guaratiba e alvo de nossa investigação – que os elementos aqui citados, concernentes à toponímia local, estão fortemente caracterizados, fornecendo à localidade uma forte identidade.
Os residentes da Barra de Guaratiba, por exemplo, se orgulham de ser chamados de “barreiros”. Nas demais localidades de Guaratiba, não há uma denominação específica para os residentes. Apenas os moradores de Ilha de Guaratiba são chamados e (re)conhecidos como guaratibanos. O guará, outro exemplo, não é evocado como símbolo em Guaratiba como um todo, mas em Ilha de Guaratiba, a ave simboliza um retorno ao seu passado e uma veneração à sua natureza.















REFERÊNCIAS
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 1210 p.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 1996. 255 p.

ARAÚJO, Dorothy Sue Dunn de. A Vegetação da baixada de Guaratiba-Sepetiba. In: KNEIP, Maria Lina et al. Coletores e Pescadores Pré-Históricos de Guaratiba-Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ; Niterói: EDUFF, 1987. p. 47-72.

BUTTIMER, Anne. Apreendendo o Dinamismo do Mundo Vivido. In: CHRISTOFOLETTI, Antônio (Org). Perspectivas da Geografia. São Paulo: DIFEL, 1982. p. 165-193.

CASTRO, Augusto César de. Guaratiba: Ontem e Hoje. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) – Curso de Licenciatura em História, FEUC, Rio de Janeiro, 2002. Paginação irregular.

CORRÊA, Roberto Lobato. A Geografia Cultural e o Urbano. In: CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny (Org). Introdução à geografia cultural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 167-186.

COSGROVE, Denis. A Geografia Está em Toda Parte: Cultura e Simbolismo nas Paisagens Humanas. In: CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny (Org). Paisagem, Tempo e Cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2004. p. 92-123.

ELIADE, Mircea. La Nostalgie des Origines. Folio-Essais. Galimard: Paris, 1971. Não paginado.

FERNANDES, Marcio Luis. A Valorização do “Espaço” produzindo a valoração do “Lugar:” O caso de Ilha de Guaratiba – R.J. Monografia de especialização. Rio de Janeiro: Departamento de geografia, UERJ, 2006. 56 p.

______. Decodificando Geografias Pretéritas e Hodiernas de Ilha de Guaratiba. Dissertação de mestrado em geografia. Rio de Janeiro: UERJ, 2010. 99p.

GOMES, Paulo César da Costa. Geografia e Modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. 366 p.

JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. 309 p.

KNEIP, Maria Lina et AL (Org). Coletores e Pescadores Pré-Históricos de Guaratiba-Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ; Niterói: EDUFF, 1987. 257 p.

LESSA, Carlos. O Rio de Todos os Brasis: Uma Reflexão em Busca de Auto-Estima. 2.ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. 478 p.

LOWENTHAL, David. Geografia, experiência e Imaginação: Em direção a uma epistemologia geográfica. In: CHRITOFOLETTI, Antônio. Perspectivas da Geografia. São Paulo: DIFEL, 1982. p. 103-141.

MELLO, João Baptista Ferreira de. O Rio de Janeiro dos Compositores da Música Popular Brasileira – 1928/1991 – uma introdução à geografia humanística. Dissertação de mestrado em Geografia. Rio de Janeiro: UFRJ, 1991. 300 p.

______. Dos Espaços da Escuridão aos Lugares de Extrema Luminosidade – O Universo da Estrela Marlene como e documento para a construção de conceitos geográficos. Tese de Doutorado em Geografia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2000. Paginação irregular.

______. No Pulsar da Cidade Maravilhosa de São Sebastião do Rio de Janeiro. In: IX SOLAR – Sociedad Latinoamericana de Estudios sobre America Latina y El Caribe – Fragmentação e integração no espaço urbano: Rio de Janeiro, 2004. Sem paginação.


______.Valores em Geografia e o Dinamismo do Mundo Vivido na Obra de Anne Buttimer. In: Espaço e Cultura (19-20). Rio de Janeiro: UERJ, 2005. p. 33-40.


______. Os Tambores e as Flechas de São Sebastião do Rio de Janeiro. In: Revista Imaginário e Arte - N°15 - São Paulo:USP, 2007. p. 37-67.

MENEZES, Luiz Fernando et al (Org). História Natural da Marambaia. Rio de Janeiro: EDUR, 2005. Paginação irregular.

PALMER, Richard E. Hermenêutica. Edições 70. São Paulo: Martins Fontes, 1970. 284 p.

PINTO, Rivadávia. Guaratiba: Um Orgulho de 407 Anos. Artigo in NOPH, 1986. Sem paginação.

SCHUTZ, Alfred. Fenomenologia e relações sociais. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. 319 p.


Biografia:
Mestre e Doutor em Geografia - UERJ.
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