Essa poesia que me ilumina ao acaso
Terá como base um pensamento qualquer
Nos avulsos temores de dizeres malditos
Traz recordações que um dia queria esquecer
Se me faço homem presente
Na alma o corpo padece
Quis sentir o que não se sente
A angústia que me enforca a dúvida
Não se acaba com uma simples resposta
Pois, se o necessário é navegar
Em si mesmo surge a proposta
Dizes sim ao infinito
Engole seco o passado
E goza dos tão poucos ardores
A escolha é uma mera ilusão da esperança
Sendo que os caminhos se cruzam num uníssono canto
E, a estrada que leva para a felicidade
É a mesma de adoração ao falso santo
Ao altar, se quiseres vá, sonhe!
Não é proibido sonhar
Afinal, os cordeiros são dignos
Se quando putas procuro, sou errado!
Se vou ao domingo rezar, sou errado!
Se choro em silêncio, sabem a resposta
Mas, se encontro o que juro procurar, sou ridículo!
Não mais rimo
Não mais sinto prazer em rimar
O que me resta é o silêncio
O silêncio de minha própria solidão
E a companhia da minha loucura.
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