Jovem, jovem burguês
A mente vazia, a vela se apaga
Diagnóstico imperfeito da precisão
Torna-se um reduto de poeira, suja e feia
Poesia notória na sua construção. É melhor acreditar!
Olha-se para um lado, nada
Olha-se para o outro, nada
Olha-se para cima, nada
Olha-se para baixo, o chão
O ideal já não supri o real
O não ideal já começa a ser considerado
Nossas verdades evaporam com o vento
E dizem que tudo isso é normal
Família, intocável família
Com suas crenças de proteção
Conservam o que não querem para si
Espalham o terror alheio
Os filhos não obedeçam mais
E os pais dormem tranquilos
Na falsidade do amor
Com os lábios do sabor
No beijo de Judas
Dormem com o inimigo
Se na perspectiva contraditória do saber
A razão mantém o carnaval
E se vejo o futuro a fulgurar no horizonte
O presente me traz obrigações !
O presente me traz obrigações !
Há a opinião dos sábios
Há o conselho dos amigos
Há a benção da mãe
Há a repreensão do pai
Trilhamos o caminho a prosseguir
Prosseguimos o destino que nos mandar
Mandamos nas escolhas a seguir
E seguimos linearmente para não cansar
Nessas próximas quatro linhas, vos escreve o poeta
Proximidade com o leitor, formalidade que julgam respeito
Na verdade não falo assim, mas escrevo assim
Segunda pessoa do plural, que merda!
Na angústia nota-se o sinal de interrogação, não?
Vivemos ou sobrevivemos?
O desamparo nos ampara naquele momento de solidão
Em certas circunstâncias quero ser encontrado
Já em outros não!
Observam-nos até naquela situação na qual necessitamos de privacidade
Não olhe bruscamente para o lado, senão irá machucar o olho
Fixamente designa algo para a sua história
Construa seu próprio ideal
Julgue a si mesmo, e não aos outros
O mundo faliu, já era!
Haverá outro com certeza
Melhor? Não tanta certeza assim
Mas não considere esse escrito
Porque aqui é apenas uma visão individualizada
De um jovem Burguês na contramão
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