Sem direção, se angustia o tempo, por não ter seu rebanho que conduzia enfim,
Mas sem razão, ficamos tão à toa nesse vendaval de tanta explicação,
e, de tantas normas claras, à tantas regras pálidas há de se confundir,
porque, não honrará ao mérito quem tentará reconduzir; a culpa
é de nossos tempos líquidos, nossos pensamentos, gás, que se condensa em mel,
mas,
não adocica a boca.
De nossa cena, se fez a aquarela, desagradou renega, e recomeça a pintar.
Em tempos tão distintos, que de branco se pinta o índio que de preto não quer ficar,
e de tempos tão famintos, que de brisa vive o mendigo, querem meditar.
O que ocorre juventude minha,
não te vejo minha, por não saber quem somos.
Este tempo vacilou conosco, deixou tudo fosco para desvendar.
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