Hoje bem mais cedo,
Observando da janela,
Um de menor infrator,
Que estava burlando as regras,
Seu amigo um comparsa,
De maior vagabundo,
Desses que a lei acoita,
Desprezado pelo mundo.
Atitude toda errada,
Decisão precipitada,
Pé no mato, pé na estrada,
Coisa de gente safada.
Me desculpe a ousadia,
Sou só mais um poeta,
Escrevo apenas poesias,
Que não são indiretas.
Nesses dias aconteceu,
Coisas que já é normal,
Mais um pai de família morreu,
Culpa do infeliz, marginal.
E agora como vai ser?
Vão ele prende?
Fazer-lo sofre?
Até aprender?
Mas a lei é uma merda,
Só serve pra gente pobre,
Os de dentro que tanto bouba,
Bandido que ela cobre.
Chora os pais com saudade,
De um filho sem maldade,
Que morreu,
Que perdeu,
Um futuro interessante,
Uma trajetória brilhante,
Um amor verdadeiro,
Fica filhos, desespero,
Da esposa já cansada,
De andar nessa estrada,
Lado a lado, com o marido,
Que hoje está dormindo,
Um sono eterno,
Bem profundo,
Não no inferno,
Em outro mundo.
Aida da janela,
Vi uma mãe passando fome,
Ao alimentar uma criança
Qual não sei o nome,
O olhar dela era diferente,
Não era de tristeza,
Apesar de um pouco descontente,
Transmitia firmeza,
Vi também um drogado,
Fino, muito magro,
Na sarjeta, jogador,
Sem ninguém, desprezado.
Lá estava ele Sentado no chão,
Vivendo como cão,
Bem no meio da aflição,
Mesmo assim não abre mão,
De sorrir: não cobra nada,
De agir: sem ganhar nada,
De chorar sem medo,
Sem segredos,
Sem rancor,
Mesmo sabendo quem é a dor,
Mesmo sem forças,
Se arrastando,
Tem esperança,
Que tá sobrando,
Sobrando amor,
Sobrando favor,
Sobrando pedidos,
Pedidos sinceros,
Que o mundo abril mão,
Dos coração.
Cheio de amor,
Sem rancor.
Luiz Fernando
17/01/2018
13:56h
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