Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
maMãe e sua valise descolorida pelo tempo
Tânia Du Bois


“... Quantas vezes tenho de cobrir / o tempo com xales escuros, /     para que a luz não fuja...” (Luiz de Miranda)
Diante da valise descolorida pelo tempo, lotada de lembranças, decidi descobrir sobre a mamãe. Encontro perguntas que ocupam espaço no coração e não podem se espremer na valise: sobre o que é o tempo...
- perto da grandiosidade do seu coração?
- perto da mãe incrível que distribui generosidades?
- perto do carinho e atenção que dedica?
- perto da escolha que faz para viver em paz?
- perto do acordar com alegria, iluminando a vida?
          - perto da poesia de Pedro Du Bois: “... a mesma mala, o bilhete; o corpo
              em sonhos; a sensação perfuma a casa...”   
- perto da sua preocupação para com a família?
- perto do que acredita e repassa?
- perto da sua lealdade e honestidade?
- perto do poema de Chico Buarque: “mulher vou te dizer
o quanto te amo, cantando a flor / que nós plantamos”?
- perto dos seus escritores, Mário Quintana e Paul Auster?
O poeta Noélio A. de Mello diz, “o tempo nos conta o que não queremos esquecer”.
Brinco enquanto remexo em seus objetos que revelam as faces do tempo, porque o tempo significa a vida, o presente do passado na memória, o presente do presente no sentimento e o futuro na procriação.
Continuo remexendo na valise e encontro duas caixas desbotadas e logo penso em abri-las, mas Lindof Bell alerta que “Os cadeados / que o tempo carrega / carrego dentro de mim...” Tenho que abri-la para fazer valer o meu desejo: a caixa amarelada mostra que o melhor sobre o tempo é que ele acontece apenas uma vez, e nos diz que a mãe é a responsável pelas mudanças, é a alma do tempo. Ela faz refletir sobre a minha trajetória, lembrando o que sempre ouvi: não espere a mudança, seja a mudança. Na outra caixa avermelhada vejo e digo, mãe, seu tempo é hoje! E o meu recado é o que Cora Laus deixou, “O belo é sentir o hoje”. E estar com as mães é comemorar o amor, partilhar a sua sabedoria e experiência, realizar os nossos sonhos.


Biografia:
Pedagoga. Articulista e cronista. Textos publicados em sites e blogs.Participante e colaboradora do Projeto Passo Fundo. Autora dos livros: Amantes nas Entrelinhas, O Exercício das Vozes, Autópsia do Invisível, Comércio de Ilusões, O Eco dos Objetos - cabides da memória , Arte em Movimento, Vidas Desamarradas, Entrelaços,Eles em Diferentes Dias e A Linguagem da Diferença.
Número de vezes que este texto foi lido: 52831


Outros títulos do mesmo autor

Artigos VERDADES E MENTIRAS: o livro Tânia Du Bois
Artigos PAREDES QUE FALAM Tânia Du Bois
Artigos PAISAGEM Tânia Du Bois
Artigos "Ó BELEZA! ONDE ESTÁ A SUA VERDADE?" Tânia Du Bois
Artigos ANTÔNIO OLINTO Tânia Du Bois
Resenhas LICÂNIA Tânia Du Bois
Artigos DANUZA LEÃO: Fazendo as malas Tânia Du Bois
Artigos SOBRE ABELARDO DA HORA Tânia Du Bois
Artigos ALÉM Tânia Du Bois
Artigos LUZ DE NEON: POESIA VISUAL Tânia Du Bois

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 321 até 330 de um total de 340.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
Dança Sem Corpo - José Ernesto Kappel 53288 Visitas
Poema do desconsolo - Aldo Moraes 53288 Visitas
O Formigueiro Humano - O Tombo - Luiz Moreira 53287 Visitas
Vôo Sem Plaino - José Ernesto Kappel 53287 Visitas
Ambiente de trabalho e o engajamento da equipe - Isnar Amaral 53286 Visitas
Estátua - Bhall Marcos 53286 Visitas
A Cultura da Paz - Ismael Monteiro 53286 Visitas
Sem Você - José Ernesto Kappel 53286 Visitas
Raro Efeito - José Ernesto Kappel 53286 Visitas
Escrevendo aos 73 - jbcampos 53285 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última