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Como tudo acabou.
Capítulo 1, começo de Carreira.
Francisco Da Costa e Silva

Como posso dizer? Era manhã...
Caraca, é complicado começar. Talvez tenha sido isso que passou na minha cabeça todos os dias desde que me compreendi nesse mundo “é difícil começar”.
Que fique claro que não me compreendi nesse mundo a partir dos meus 10 anos de idade, não fui um filósofo precoce e até hoje continuo sem filosofar.
Minhas reflexões sobre existência ocorreram quando comecei a ter qualquer tipo de responsabilidade que um adulto tem, o que se resumia a trabalhar com minha família, estudar e pensar “não quero ser uma decepção”.
Tirando o censo comum de não querer fracassar quando jovem, eu sinceramente tinha aspirações sobre medicina, queria virar um cirurgião cardíaco, o que só fui descobrir mais tarde, necessitava de algo muito importante, processo e não resultado.
Quando somos jovens tendemos a acreditar que tudo é possível e maravilhoso, que nossos dias serão repletos de ganhos e que o futuro, no meu caso, seria uma clínica com móveis novos e uma secretária para organizar a agenda.
Ocorre que meus 17 anos chegaram e prestei vestibular, o incrível ENEM, ótimas marcas e uma nota de corte que despedaçou meus sonhos do curso de Medicina quando perdi a vaga para apenas 3.000 pessoas imaginem só!
Para ver como jovens têm pensamentos apressados, imediatamente me foquei em um plano B, fui para o curso de Farmácia, no qual permaneci por um ano. Foram boas notas, uma experiência cativante pela Universidade, nada daquilo, porém, era o que eu desejava.
Percebi este fato ao passar por uma faculdade próxima a minha casa, olhar para placa e ver “venha cursar DIREITO, aceitamos sua nota do Enem” e lá estava eu me matriculando. Quanta pressa.
Hoje penso em como o arrependimento poderia ter vindo antes, como eu poderia ter perseverado no meu plano A, medicina. Acontece que quando você começa a deslocar energia do seu plano A para o plano B, o primeiro plano deixa de receber a atenção necessária e não tem chances de crescer satisfatoriamente, até morrer completamente.
Como um adultero que deixa sua casa, sua família, esposa e filhos para cuidar de sua amante, quando você começa a dar prioridade a outros objetivos que não aquilo que sonhou para si, você deixa morrer o que deveria ser seu foco principal. Bem, deixei meu sonho acabar por pura falta de tentativa, já era.
Jovem, eu esquecia do processo para chegar a algum lugar e, já adulto, fui lembrado de como ninguém dá a mínima para o processo, apenas se interessa pelo resultado.
Ao tempo que tinha que me esforçar para seguir “uma carreira de sucesso acadêmico”, não havia uma pessoa sequer para me guiar ou explicar que tudo na vida é preparação para no fim do dia, as pessoas apenas admirarem o trabalho finalizado.
De toda forma, irei explicar melhor meu pensamento, quando tiver a oportunidade adequada com o causo que talvez de faça refletir.
Na minha faculdade de Direito não causei nada demais, eu apenas queria viver aquele mundo e ser advogado, aspiração única depois de ver atuação de professores que tanto admirava. Parecia fascinante demais toda àquela forma de atuar e ajudar!
Não percebi durante aquele tempo, mas eu estava focado no processo pela primeira vez. Fiz estágios gratuitos (não recomendo a menos que seja na Apple ou Google), fiz trabalhos para outros colegas, peguei mil e uma atividades extras, passei noites em claro estudando para o exame da Ordem dos Advogados, tudo para me aprimorar como jurista.
No fim das contas, deu certo, passei no exame da OAB, fui trabalhar com um grande professor. Durante um ano eu fiz de tudo, qualquer tipo de ramo eu estava dentro, tinha ânimo para qualquer coisa, até chegar o dia que não sentia prazer por mais nada.
Advocacia é uma coisa interessante, você lida todos os dias com os problemas alheios e sempre posterga a resolução dos seus, pergunte a algum amigo jurista que confirmará esta tese.
No meu caso, tudo importava, toda solução encontrada encantava, mas nada parecia ter retorno significativo para minha existência.
Pensando bem, de fato, tudo começou nessa manhã...


Este texto é administrado por: FRANCISCO CARLOS COSTA SOARES JUNIOR
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