Voar inconsequente e
voar razante,
é o mesmo dedal,
voar junto,
às coisas
cujo princípio
é o medo
e o final, é a angústia.
É a mesma linha.
Voar, sem pálida força,
que retém o impulso,
voar, sem rumo
diante do que nasce,
e os que estão para partir,
é o fio que sufoca!
Em plena madrugada de ruço!
Assim é uma vida,
assim é o início dela
ao mesmo tempo
que faz nenhum paralelo.
Não há mais saídas
dentro deste túnel,
emborcado em direção ao norte;
não há mais entradas
que faça o zero se transformar
numa esperança a
não ser em mais algarismos
dss dores.
E os dias passam distraídos:
um dia você é,
noutro se foi;
numa hora, de pé,
noutra, em pleno vôo
desaguadado.
E se chamarem de angústia
o plano de esvoaçar no
arquejado azul,
a gente acerta duas vezes:
na primeira as coisas
deixaram de passar;
na segunda, já não
passam mais, nem como
sombra da espada.
Mas se é uma história
ela começa nos meus dedos
e termina por tentar
alcançar estátuas,
que se misturam ao séculos
que não têm idade.
E onde mora a morte
que já tem meu nome!
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