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O que já foi, e muito ainda para ser...
Caroline Gar

Resumo:
Para quem deixa a casa dos pais mais de uma vez, e apesar de saber que está no caminho certo vive somando nostalgias...

Estava pensando sobre as consequencias das escolhas que fazemos na vida. Eu "viajando" antes de dormir... Todos os grandes nomes ganharam e pagaram pelas escolhas que fizeram... Eu me lembrei de alguns... menores... mais próximos da minha realidade. Depois lembrei do Cazuza: o cara quebrou todos os padrões, pagou com a vida.
Quais vão ser as consequencias das escolhas que fiz? Eu poderia ter escolhido ficar, poderia ter encontrado um emprego bom, uma pessoa boa... Poderia ter ficado em casa com todo o conforto da minha família... Encheria minha vovó de beijinhos todos os dias e veria o sorriso lindo da minha mãe cada vez que o meu irmão fizesse uma piada idiota. Eu veria o passinho tranquilo do meu pai chegando, sério com os óculos na ponta do nariz, o jeito austero. Eu teria minha cachorra pra me fazer companhia, pra eu sentir minha responsabilidade sobre alguém que não seja eu. Iria apertá-la até faze-la chorar (porque tenho un instinto "Felícia"com animais) e dormiria com ela em meu edredon de flores verdes. Eu seria jornalista, astronauta, aeromoça, escritora, ENFERMEIRA, música, bailarina... Eu estaria com as pessoas que amo, eu estaria no lugar que amo... Eu tomaria todas com a Dani no refúgio, iria para as aulas de pintura com a minha mãe, eu poderia pegar minha bicicleta (aquela que o meu irmão conseguiu dar um fim) e iria ao Horto Florestal de Rio Claro, sozinha quando quisesse sentir o vento bater no meu rosto e cantando uma musica do Bob Marley. Eu poderia ir na casa da Pri pra comer fricasse e falar da vida debaixo do pé de jaboticaba.
Tudo isso que eu sempre tive e que parecia tão normal... Mas que hoje, pra mim, soa como um grande tesouro. Que eu nunca vou ter mais... E eu sei que, quando eu voltar, as coisas nunca mais vão ser as mesmas. Já não moro mais na cidade azul, aquela que nasci e cresci e que fiz tantas amizades que hoje infelizmente se perderam no tempo e na distância.
Eu deixei muitos tesouros e encontrei muitos outros aqui... Quando eu voltar, daí, eu vou me lembrar daqui. Vou me lembrar das lindas mulheres que são minhas amigas, das viajens... Vou me lembrar das lições de vida, de ir para uma estrada deserta na madrugada só pra olhar as estrelas, ouvir música e tomar vinho barato. Vou me lembrar de que aqui, eu descobri que posso estar onde quiser, quando quiser... e que posso fazer o que quiser, quando quiser... Que eu posso suportar tudo e superar todos os meus limites.
E vou me lembrar dos sorrisos, das lagrimas, da preguiça de acordar as 7 para ir pro Hospital, da farra na casa dos meninos, na Quivara e na Cevada. Vou me lembrar da Maria José, a dona da pensão que eu morei no primeiro ano que comia toda a minha comida. Da Paulinha e Cacau minhas primeiras vizinhas. De todo mundo que morou comigo e que me fez um pouquinho mais feliz, com um sorriso ou um gesto amável.... Vou me lembrar de tudo que ainda está por acontecer. E do quanto fui e do quanto ainda vou ser feliz... Do quanto essa terra me reservou e ainda vai me reservar de bom... E eu sei que ainda tenho muito, mas muito a ganhar com a escolha que fiz.
Mas sempre, sempre, enquanto isso durar...pra onde quer que eu vá seguir meu caminho Vai faltar um pedacinho de mim. E esse pedacinho mamãe é o que eu deixei aí, nas minhas coisinhas, nos meus livros, das minhas roupas, nas minhas fotos, no seu coração. Porque o amor que tenho por vocês sempre vai ficar!
Onde quer que eu esteja... Dure o tempo que durar essas minhas aventuras... Eu nunca vou me perder no caminho... Porque em tudo o que faço, em tudo o que penso, em tudo o que vejo, eu vejo vocês. Amo vocês demais....
Obrigado mamãe, papai e Ju por me entenderem, por me dizerem: minha filha, só queremos que você seja feliz. Logo, mais rápido do que vocês pensam, eu vou estar ai, pra enche-los de beijinhos, levar minha mãe para comer salada de fruta no meio da noite...Não deixar mais ninguém sentar no computador, ou usar o telefone, ou escolher a música na hora do almoço de domingo...Saudades eternas de casa!!!

Ai, Ai... Que balaio de sentimentos eu virei.

Ah, e sono, tá na hora de dormir!


Este texto é administrado por: Carol Gar
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