Nos horizontes europeus,
entre palácios, castelos e museus,
a mórbida noite extrema,
nascia a vida humana e serena,
e a massa da populaça,
fazia-se nascer a força – uma ameaça?
Os giros sobre o sol foram-se repetidos,
até então, desconhecidos,
a espiritualidade nascia,
e tomando forma aos poucos crescia...
O mistério das mãos rápidas e ligeiras,
entre um empréstimo ou não!
de uma sombra passageira,
como o vôo rápido – sem preocupação!
Nunca foi devolvido,
ao povo sempre dividido...
Pagavam os impostos com este dote,
livrando-se das dividas o seu dote...
Eram coroas, correntes,
anéis de ouro – de dentes contentes,
do rico ao pobre ele deu,
vingando assim, tudo se deu!
Cedido por gentileza,
através da voz com certeza,
ao acenar das mãos – caído!
e ao sair sempre esquecido!
O poder entre os dedos lhe era dado,
não por herança, e sim, conquistado...
Também não queria só para sí,
aquecendo ao povo que sorri...
No cume, rodeado da nata francesa,
e mesmo assim, gostava da pobreza,
não a pobreza que se define,
e sim do povo humilde.
Sondava a inteligência consciente,
e guardava em seu subconsciente,
usava sempre que precisava,
era só querer que ela se ativava.
Não muito tempo depois,
era sempre, (sempre) dois...
Imperava o poder em suas mãos,
E aos povos era dado de compaixão...
Já se acumulava às famas,
escondido entre duques e damas,
o astro não era percebido,
guarda-se sempre escondido.
Que estrela brilha tanto, quando é notada?
se ofusca a fantasiada,
mais brilha a estrela humilde,
do que a estrela fantasiada e biltre.
Enfim, deu-se os términos,
e restou de todos os préstimos...
Para alguns, ao invés do fim o começo,
dizia alguns; esta força nova desconheço...
A sombra se oculta entre a noite,
quando viam – cadê? Já foi-se!
e vem em canto os gatos,
refiro-me a música aos meados...
Caminha com seu casaco e cartola,
esta aqui e não foi embora,
veja só é este cavalheiro,
entre ruas e becos alheio,
e quando falo estufo o peito,
o felino – o rei gato preto.
Londrina 2001
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