“Sobre a terra castanha e negra o vento caminha, ora com suavidade, ora com agressividade e neste local esquecido do mundo, uma mãe faz da sua fé e amor ao seu filho forças.
Passo após passo, ela carrega nos seus braços o seu filho amado, acometido por uma doença imprevisivelmente previsível que é a pobreza, mas que dia após pelos confins deste continente outrora vasto e grandioso, mas que agora é fruto de guerras fraternas pelo poder e pelas riquezas que ele contem...
No entanto, África tornou-se um pais esquecida e abandonado. As constantes epidemias que nele brotam, as doenças transmissíveis que nele habitam, a miséria humana que nele se mantém, afasta de si própria as pessoas que olham desconfiadas para ela, com medo...
E a beleza inóspita e virgem não consegue atrair os sentimentos bons que ainda existem no planeta que todos nós habitamos... Mas mesmo assim, aquela mãe, fiel ao seu filho e à esperança de uma salvação, caminha sem medo e com resolução. No seu olhar mora a determinação de dias melhores, no seu coração mora a beleza de África e tudo o que de bom existe em si... nela África nunca morrerá!”
Será de facto, África um continente em extinção?
Não creio que esteja em extinção, mas sim um continente deixado ao abandono e espoliado por tudo o que há de pior na civilização humana.
África existirá sempre, mas a vida que pulsa nela e que está a morrer, por causa dos nossos defeitos. Egoísmo, inveja, ganância, estas friezas que nos envolvem, deixando marcas na vida de terceiros.
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