Encosta a testa na vidraça
E procura em vão o seu amado
Busca na rua, perscruta na praça
E não encontra seu andar apressado
Aquele andar que lhe devolve a alegria
Aquele cheiro que lhe incendeia o coração
Aquele olhar que lhe inunda de magia
Aquela boca que lhe arrepia de tesão
A testa no vidro, já vermelha
O olhar longe, molhado
O barulho da chuva na telha
Dia triste, acinzentado
Domingo que desfaz sua ilusão
Anuncia uma segunda desesperada
Somente lágrimas no chão
E aquela triste janela embaçada
|