Normalmente quando estudamos a logística, verificamos que o fluxo é sempre fornecedor --> produção --> e entrega ao cliente e, em paralelo com esse processo, o fluxo de informação.
Entretanto, poucos observam o ciclo contrário, ou seja, o que parte do cliente, processamento de material e produtor inicial.
Você deve estar se perguntando: como isso pode ocorrer?
Essa situação é muito corriqueira nos dias de hoje, principalmente diante do quadro econômico brasileiro e da massa de desempregados que diariamente bate às portas das empresas.
Para poder colocar comida em casa e ter uma vida minimamente digna, muitas pessoas são obrigadas a buscar sustento recolhendo latinhas de alumínio, papelão, vidro, etc., e vendendo aos chamados sucateiros, depósitos de ferro-velho.
Embora seja considerado ecologicamente correto, o que é uma atitude muito bonita, pois essas pessoas estão auxiliando diretamente a conservação do meio ambiente, também é uma ação de sobrevivência, mormente quando se sabe que, na casa de cada um desses recolhedores de material reciclável, há sempre a esposa e crianças esperando um prato de comida, a primeira refeição do dia, senão a única.
A logística reversa não é novidade, pois sua prática pode ser observada desde algum tempo na indústria de bebidas com a utilização das garrafas retornáveis e os engradados.
Do mesmo modo, quando um trabalhador recolhe as latinhas de alumínio, o papelão e o vidro que são descartados pelos consumidores, separa-os em contentores distintos e vende novamente à indústria original, está praticando a logística reversa.
A partir de hoje, esses trabalhadores merecem um respeito adicional, pois, embora estejam contribuindo de forma altiva para o meio ambiente e buscando uma renda mínima digna para a família, devem ser chamados de trabalhadores da logística reversa em prol do meio ambiente.
Moacir Pereira
Professor Doutor no Centro Unisal de Americana na cadeira de Logística e Administração de Materiais. Novembro/2006.
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