e aqui vinha eu
de plena
passagem,
guarda-chuva de pó,
com com medo
de aremedos
de chuva.
e vinha eu
de sobretudo
de homem
e galochas
de ateu.
vinha eu,
pacífico,
igual uma
pluma
solta no ar.
e aqui vinha eu
pleno de
alegria
de risos,
mas carregando
por dentro,
logo eu,
sincero
e nada ácido,
dúvidas
muito lentas.
sabia.
os deuses
foram
tomar
banho de sol
na praia
dos zeus!
pronto
estava
prá levar
um bota-fora
dela.
dito e feito.
não sou
jejuita,
mas acredito:
mulher de pronto
é fria de homem.
pois, enquanto
ele dorme tranquilo,
ela dorme
nada franzina
com outro homem.
outro homem!
que mais parece
uma crina
de tanto cabelo
escondendo
o fazedor
de fazendas.
por isso
elas gostam.
por ser assim:
sou
judas de hoje,
mulher perdida,
lá fica
lambendo
o fruto doce
e proibido
da dura
traição.
compreendo
minha afeição
que se brutalizou
em traição!
mas,
apreendi
com ferro,
sem berro:
e não sou faisão:
mas, agora,
coisa minha
tem que ter lacre
senão outro homem
vem e abre com
paixão!
|