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JOGOS E BRINCADEIRAS TRADICIONAIS
SIDNEY PRADO PEREIRA

Resumo:
Jogos e brincadeiras sua definição e sua trajetória no curso histórico, sua importância no desenvolvimento da criança, no faz de conta, o respeito as regas e transmissor lúdico de valores como: ética e moral.

Comumente jogos e brincadeiras são vistos sobre o mesmo espectro, só que tanto a definição de jogar quanto a de brincar são ambíguas, mas o jogo tem a forma estruturada com regras apropriadas para cada modalidade, delineadas e moldadas de acordo com as aspirações sociais, culturais, políticas, econômicas e religiosas.
Talvez esta confusão seja pela simbiose terminológica destas ações. Conforme o
Dicio, dicionário online de Português, define jogar e brincar das seguintes formas:
• Jogar:
Verbo
Transitivo e intransitivo
1 Executar as diversas combinações (de um jogo): jogar bola.
(RIBEIRO, 2020).
• Brincar:
Verbo
Transitivo indireto e intransitivo
1 Entreter-se com brinquedos ou jogos infantis: brincar com jogos de
tabuleiro; gosta de passar as manhãs brincando.
(RIBEIRO, 2020).
O jogo traz em seu cerne a evolução do homem no decurso dos séculos.
“Encontramos o jogo na cultura, como um elemento dado existente antes da própria
cultura, acompanhando-a e marcando-a desde as mais distantes origens até a fase
de civilização em que agora nos encontramos.” (HUIZINGA, 2000 p. 6).
Portanto a construção do termo jogo está na fusão de várias ramificações
sociais e na sua pluralidade. Pois, “A existência do jogo é inegável. É possível
negar, ser quiser quase todas as abstrações a justiça, a beleza, a verdade, o bem,
Deus. É possível negar a seriedade, mas não o jogo”. (HUIZINGA, 2000. p 7).
O jogo em uma das suas vertentes tem o abstrato como um veículo
transmissor de valores como a ética, moral, limites, entre outros, também possui
uma estrutura solidificada desde as eras mais primitivas ou nos termos antropológicos - “bárbaros ou selvagens”. Somente no universo do jogo transitamos em seus paradoxos inexoráveis da existência humana.
Conforme Huizinga (2000.p 32), “na vida do homem o jogo aparece desde a mais tenra infância com duas das suas qualidades mais nobres o ritmo e harmonia”.
Através destes preceitos, podemos analisar o fato que o jogar é indissociável da vida
em sua forma mais abrangente e profícua.
Ele tem o poder de nos colocar sobre um efeito transcendental na subjacência
catártica e da mimese. Com o ato de jogar são desencadeadas sensações de
alegria e tristeza, sucesso e frustração, vitória e derrota. Outro fator predominante é
a competição. Outrora além da função socializadora e de entretenimento era usado
para o treinamento de soldados e voltado especificamente para os adultos.
Os jogos se apresentam nas mais diversas formas desde um simples jogo de
amarelinha, xadrez, jogo da velha, a jogos mais complexos como o voleibol, futebol,
basquetebol, até mesmo uma aula pode ser considerada um jogo com regras
implícitas e explicitas. O jogo não é um ato isolado, mais sim de plena interação,
socialização e um exercício de cidadania.
O brincar é uma palavra que nos leva a uma viagem no túnel do tempo, nos
trazendo sensações, despertando todos os nossos sentidos e lembranças do nosso
tempo de criança.
Apesar de jogos e brincadeiras parecerem sinônimos, é no brincar e nas
derivações de sua terminologia que as ações que são gravadas e eternizadas em
nossa memória, bem como os prazeres e os infortúnios decorrentes das
brincadeiras.
As brincadeiras se diferenciam dos jogos naquilo em que são comuns, as
regras. Nas brincadeiras as regras são colocadas em segundo plano, o que não
significa a ausência destas, havendo uma organização e ressignificações dos
pressupostos que são compreendidos como norma. Pois segundo Vygotsky:
“Dominar as regras significa dominar seu próprio comportamento, aprendendo a
controlá-lo – aprendendo a subordiná-lo a um propósito definido.” (VIGOTSKY, 2010.
p. 139).
O que é preponderante nas regras são a regulamentação das diretrizes da
brincadeira, determinando como será a participação de cada um dos integrantes do
grupo estará condicionado a fatos predeterminados como a faixa etária, o sexo.
Estes pressupostos estão inseridos em vários estágios do desenvolvimento da sociedade moderna, ocorrendo da seguinte forma:
A brincadeira constitui-se, basicamente, em um sistema que integra a vida social das crianças. Caracteriza-se por ser transmitida de forma expressiva de uma geração a outra ou aprendida nos grupos infantis, na rua, nos parques, escolas festas, etc., e incorporada pelas crianças de forma espontânea, variando as regras de uma cultura a outra (ou de um grupo a outro); muda a forma, mas não o conteúdo da brincadeira; o conteúdo refere-se aos objetivos básicos da brincadeira; a forma é a organização da brincadeira no que diz respeito aos objetos ou brinquedos, espaço, temática, número de jogadores etc.(...)(FRIEDMANN, 1992, p. 26).
A brincadeira é imbuída de liberdade, liberdade de transformação, interferir na
realidade, estabelecer conexões entre o abstrato e o concreto, é fazer parte de um
universo que existe dentro de nós, em que a criança possa desenvolver o seu
cognitivo, poder criar e recriar-se a realidade a sua volta a todo momento. Fazendo
isto através de algo que lhe deem prazer, advindos de brincadeiras que a estimulem,
agregando os valores culturais transmitidos de geração para geração.
É através das brincadeiras e principalmente das brincadeiras denominadas tradicionais, que trazem consigo toda uma herança histórica, lendas, mitos e folclóricas. “Assim, as brincadeiras fazem parte do patrimônio lúdico-cultural, traduzindo valores, costumes, formas de pensamentos e ensinamentos.”
(FRIEDMANN, 1992, p. 26).


Biografia:
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