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...........A HISTÓRIA DO KARDECISMO...............
Jonas de Barros Vasconcelos

...........A HISTÓRIA DO
KARDECISMO...............
A história do Kardecismo contada para os meus filhos.
Tarde agradável, eu e Lu conversávamos sobre coisas do cotidiano, enquanto as crianças de férias brincavam com os amigos.
A brincadeira acabou, elas surgiram numa correria desenfreada, nos pregando o maior susto.
O filho, ainda muito ofegante, nos disse: hoje vocês não vão escapar, não temos dever de casa e tempo de sobra para matar a nossa curiosidade. - E isso mesmo, reafirmou a minha filha.
Temos uma pergunta para os dois: - disseram.
- Queremos saber o que é Kardecismo?
- Olha! Disse, a mãe de vocês é a melhor pessoa para explicar isso.
Eu também tenho muita curiosidade de conhecer essa filosofia.
Lu sorrindo de felicidade pela pergunta.
Dá um beijo carinhoso em cada um, inclusive em mim, fixa o olhar neles e diz.
Preciso de tempo e atenção de vocês e,
a partir daí germinou a semente da doutrina Kardecista na família.
Ela, feliz com a oportunidade de poder nos ensinar, pediu para sentarmos e começou dizendo: antes de mais nada, preciso contar o que aprendi e iniciou a narrativa........
Foi em 1848, num pequeno lugarejo chamado Hydesville, na Califórnia, (EUA) que deu início aos primeiros registros de fatos espíritas dos tempos modernos.
Nesse vilarejo passou a residir a família Fox, composta de pai, mãe e vários filhos, entre eles as irmãs Margareth e Kate, com idade em torno de 14 e 11 anos.
Eles começaram a ouvir ruídos estranhos na casa. Pancadas e arranhões no forro, no assoalho e até nas paredes. A mãe, de tanto estresse e medo, viu os seus cabelos braquearem precocemente. Preocupados, mandaram as meninas para a casa do tio em outra cidade bem distante dali. Entretanto, os ruídos continuaram cada vez mais, mas lá na casa para onde elas foram. O fenômeno estava ligado às meninas e não à casa.
Certo dia, Kate, a mais nova, bateu palma e falou até com inocência para quem estivesse ali, fazendo aquele barulho que agisse feito ela e recebeu as palmas como resposta.
Enfatizou Lu: outras perguntas foram feitas e outras respostas foram recebidas.
Convencionaram o número de palmas corresponde a cada letra e criaram um meio de comunicação com o espírito, e a entidade então revelou se chamar Charles Rosana.
Lu deu uma pausa, respirou fundo e completou: agora vamos dar um tempo e amanhã conto o restante. Entusiasmados com a história, imploramos que continuasse......
Ela, atendendo o nosso apelo, voltou à narrativa.
Ao longo da comunicação estabelecida do número de palmas corresponderem às letras, o espírito revelou que foi assassinado a facadas, o seu dinheiro roubado, seu corpo levado para adega e depois enterrado a três metros abaixo do solo da casa de Hydesville, onde a família Fox estava morando. Somente em 1904, casualmente, após desabamento, o esqueleto foi encontrado.
Atentos, podíamos ver nos olhos das crianças um brilho que não permitia nenhuma piscadela sequer. Lu aproveitava o momento para dar um ar ainda mais de mistério à narrativa.....
Continuou ela. O pastor, inconformado com a situação e com a crendice popular, criou uma comissão para desmentir o fato, ameaçou as meninas de expulsão da congregação se não assinassem uma confissão, assumindo que tudo não passava de uma brincadeira e que usaram de truque na elaboração do fato.
A família Fox não concordou e foram banidas, todavia isso não solucionou o problema. A comunidade exigia uma resposta concreta que elucidasse o caso.
O pastor, não se sabe como, obteve a declaração delas, assumindo que foi tudo uma fraude. Os Fox foram anistiados e integrados à comunidade.
O fenômeno "das palmas" não cessou e até ganhou mais seriedade, atraindo a atenção de curiosos de outras cidades. Eles então criaram um comitê formado por membros.
Compromissados apenas com a verdade, e após um rigoroso inquérito, constatou-se que houve pressão psicológica e moral na obtenção da declaração assinada pelos Fox, mas não conseguiram explicar o fenômeno da comunicação com o espírito.
Concluída a investigação, a população local, apinhada em praça pública, ouve a decisão do inquérito e desiste do linchamento das meninas que ameaçava realizar.
As batidas passaram a ser ouvidas em vários lugares.
Eles separaram as irmãs e as submetem a várias privações na esperança de dificultar a comunicação com o além, e acabou que ambas receberam simultaneamente a mesma mensagem, assinada com o nome de Benjamin Franklin, prevendo uma série de acontecimentos que iriam ocorrer no século XIX, o que mais tarde foi se confirmando com o passar do tempo.
Esse caso foi um dos precursores da pesquisa e descoberta de uma nova ciência e filosofia estudada tempo depois na França, chamada Espiritismo.
Os Estados Unidos da América do Norte, onde predomina a religião protestante ou ramificação do protestantismo, não quiseram se aprofundar no assunto.
Concluiu o caso como sendo uma possessão demoníaca, entretanto, esse foi o 1° caso registrado e documentado no país.
Enquanto isso, o fenômeno eclodiu na Europa, e mais precisamente na França.
Lá, entretanto, foi diferente, eles se reuniam em volta da mesa, faziam as perguntas e obtinham as respostas através das batidas e denominaram o fenômeno de "Mesas Falantes" ou "Mesas Girantes" e todas as entidades comunicantes diziam-se espíritos, que pertenciam ao mundo invisível a nós. Foi nesse contexto que surgiu o bacharel em letras e ciências, doutor em medicina, defensor de teses brilhantes, além de poliglota, escritor e pedagogo chamado Hippolyte Léon Denizard Rivail, discípulo de Pestalozzi e consagrado professor de filosofia, química, astronomia e física agraciado com vários prêmios.
O Sr. Hippolyte, era um homem sério, voltado as ciências e não se deixava levar por misticismo ou crendices, não mostrou interesse pelo assunto das mesas falantes, quando solicitado a dá sua opinião era sempre repetitivo dizendo: se alguém lhe provasse que uma mesa tem cérebro para pensar, nervoso para sentir e que se tornasse sonâmbula. Para ele, aquilo tudo não passava de uma fábula. Foi com muita insistência que um amigo lhe convenceu a assistir a uma reunião onde o fenômeno "mesa falante" ia acontecer.
Ele não se lembrava na matéria, mas o seu espírito sim. Este sabia que, a partir desse momento, sua missão vai iniciar. Foi um compromisso assumido no além, trabalhar pela transformação do homem e do planeta, trabalhar a sementeira que vai transformar nossa nação na pátria do evangelho e coração do mundo.
O senhor Rival, continuou Lu - interessado em estudar o magnetismo, começou a observar e pesquisar os fatos, sempre com o olhar científico, reuniu um grupo grande de pessoas sérias que tinham o mesmo propósito.
Daí por diante, efetuaram um grande estudo sobre as respostas que obtinham através das batidas. Aperfeiçoaram o processo, agilizaram a comunicação, passaram a usar o lápis e, na evolução, através do médium, escrevendo de forma involuntária, impulsionado por um espírito que lhe usa como seu intérprete.
O canal de comunicação entre os dois mundos estava criado e nunca mais parou. Chamamos aqui de psicografia, lá na outra dimensão, tem outro nome.
Não querendo ver o seu nome conceituado da área acadêmica influenciando seu novo estudo como o codificador da doutrina que os espíritos estavam elucidando, adotou o nome de Allan Kardec, nome usado por ele numa encarnação passada, segundo o próprio espírito lhe disse.
Esse trabalho originou a doutrina espírita - composta de 5 livros para estudo:
1- Livro dos Espíritos (1857)
2- Livro dos Médios (1861)
3- O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864)
4- O Céu e o Inferno (1865)
5- A Gênese (1868)
Além destes, o codificador também escreveu.
O que é o espiritismo (1859) e O espiritismo na sua mais simples expressão. (1862)
Essa doutrina se espalhou por vários países e encontrou no Brasil um porto seguro, daí que outras religiões e filosofias existentes na época ou que surgiram depois, que também acreditavam no mundo espiritual ou usavam de algum meio de comunicação com os espíritos começaram a ser confundidas com o espiritismo ou doutrina espírita causando grande confusão.
Então, alguns dos adeptos do espiritismo passaram a chamar de Kardecismo para não ser confundidos com os praticantes das demais, porém a palavra kardecista nunca foi usada na codificação espírita.
É um derivado do nome do decodificador "Kardec" e popularizou.
O termo Espiritismo ou Doutrina Espírita é uma coisa só. Não existe espírita, isso ou aquilo.
- Mais, mãe, o que podemos ganhar com o espiritismo?
- Eu creio, filho, que o principal é a certeza de que eles estão vivos, que a vida continua após a morte. Acredito que haverá outra vida depois desta para podermos aprender a corrigir os nossos erros, pois a partir do momento que tomamos consciência disso muda a nossa maneira de ser. Mudamos o agir e o pensar, porque a quem muito é dado também muito será cobrado.
Encerrava a história, via todos atentos, e para minha surpresa, surgiram com outra pergunta - mãe, onde você aprendeu tudo isso?
- Tudo isso aprendi com seu avô.
Ele achou um livro no último banco do bonde em que viajava, procurou descobrir quem era o dono e deparou com um bilhete entre as folhas.
A mensagem dizia: este livro mudou minha vida, espero que mude a sua também. Ele agora é seu.
Seu avô leu tantas e tantas vezes, tantas e tantas vezes me contou essa história que acabou mudando a minha vida.
Ele, tempo depois, escreveu um novo texto, adicionou ao livro e esqueceu propositalmente na lotação que fazia a linha Copacabana Castelo.
Espero que tenha mudado a vida de quem o encontrou.
                               F. I. M.
Autor: Jonas Vasconcelos.
             ***   ***   ***   ***


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