Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Matéria do indizível
Flora Fernweh

Não há movimento que ofusque a cor de uma tarde inerte
nem descrições exatas sobre aquele impreciso limbo
entre a madrugada e a manhã, entre o dia e o anoitecer
entre o fim e a existência, entre a companhia e a ternura
Palavras ressoam acima do que se pode tocar ou ver
mas ainda não se pode chegar ao âmago do pretendido
há silêncios que demoram mais que toda uma vida
e paisagens que nos retumbam a memória e o sentido
Não se deve dizer tudo o que é passível de ser dito
porque não se exaurem todos os significados
existe um canteiro íntimo a ser preservado
há quem diga o que as horas não permitem
e aqueles que nada proferem, os que omitem
somente o toque exprime o que a pele sente
ainda que a carta afague os olhos ou o ego
apenas a dor ensina o pranto indelével
embora o amor seja o prato inexorável
de amena lembrança e doce cuidado
de volúpia que atrai o prazer ousado
descrições são poucas para amar
verbo conjugado em pessoa única
mil histórias são insuficientes
não há civilização que não ame
e ainda assim não nos contentamos
insistimos em não saber
enquanto não pudermos experimentar
a fuga que é se deixar levar
pela certeza em outro olhar


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
Número de vezes que este texto foi lido: 61696


Outros títulos do mesmo autor

Crônicas Companhias de viagem Flora Fernweh
Poesias Línguas sem saudade Flora Fernweh
Crônicas O menino que virou borboleta Flora Fernweh
Crônicas José e Pilar, conversas inéditas - impressões pessoais Flora Fernweh
Resenhas Conclave - impressões pessoais Flora Fernweh
Crônicas Não há mérito Flora Fernweh
Crônicas A perda da escrita manual Flora Fernweh
Resenhas Anora - impressões pessoais Flora Fernweh
Poesias Dermafrost Flora Fernweh
Crônicas Em janeiro escrevi Flora Fernweh

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 11 até 20 de um total de 447.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
Resumo - Direito da Criança e do Adolescente - Isadora Welzel 62694 Visitas
A SEMIOSE NA SEMIÓTICA DE PEIRCE - ELVAIR GROSSI 62662 Visitas
Mistério - Flávio Villa-Lobos 62520 Visitas
A Aia - Eça de Queiroz 62506 Visitas
Legibilidade (Configurando) - Luiz Paulo Santana 62484 Visitas
O pseudodemocrático prêmio literário Portugal Telecom - R.Roldan-Roldan 62471 Visitas
Minha Amiga Ana - J. Miguel 62464 Visitas
Parada para Pensar - Nilton Salvador 62459 Visitas
RODOVIA RÉGIS BITTENCOURT - BR 116 - Arnaldo Agria Huss 62456 Visitas
MEDUSA - Lívia Santana 62448 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última