O livro é apaixonante de uma forma que faz jus à temática principal: o amor em todas as suas fases e estações, desde o deleite primeiro da paixão até o término sofrido ou até o simples fim que se esvai, quando o sentimento não se eterniza. É interessante o quanto a morte se faz presente quando se fala em amor, sendo ela o combustível da paixão. A escrita simples de Rubem Alves, mas que mergulha na profundidade da palavra, ecoa uma prosa poética que prende o leitor do início ao fim, como um convite ao amor que alude a grandes histórias de amor da literatura mundial, como Abelardo e Heloísa, e a exímios pensadores que se debruçaram sobre o nobre sentimento de amar. Diversas referências literárias mencionadas pelo autor são apresentadas, como meio de comparação entre as épocas no ofício da contemplação amorosa. Por exemplo, a alusão ao Amor nos Tempos do Cólera, de García Márquez, meu amado escritor. Como se não bastasse, o autor deixa claro sua admiração pela tecitura das relações românticas tão bem exploradas na obra A Insustentável Leveza do Ser, que aliás, é um dos meus livros estrangeiros favoritos. Fiquei impressionada ao descobrir essas surpresas que tanto agregaram a esse singelo livro e que contribuíram para a construção dos contos e para a própria concepção de amor, que de certa forma, guiou o olhar do escritor. Recomendo a leitura fortemente, principalmente àqueles que são propensos ao amor, aos que têm um coração poeta, aos que leem pelas sensações que um livro provoca, e claro, aos eternos apaixonados que sempre mantêm a chama acesa em seus corações.
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Biografia: Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. |