Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
🔵 O juízo final
Rafael da Silva Claro


Secretaria da faculdade de Direito, o atendimento estava tranquilo. Entrou na Secretaria o Sálvio Spínola Fagundes Filho. Sálvio era árbitro de futebol. O senhor que trabalhava comigo conhecia o juiz, o primeiro assunto foi o próximo jogo do time dele. É claro que ele aproveitou a oportunidade para pedir pra ele “roubar” para o seu time. Não deu tempo nem pra me aproximar da conversa e tentar “ajudar” o meu Corinthians, o árbitro se dirigiu para mim, sério, e solicitou um documento à Secretaria com uma urgência exclusiva. Burocraticamente e impessoalmente, eu passei o prazo comum a qualquer aluno. Sálvio Spínola não ficou satisfeito e quis falar com o diretor.

Eu subi até a “Sala da Justiça” para falar com o diretor do curso de Direito. Ele desceu rapidamente e foi, solicito, atendê-lo. Com afã e rapidez dispôs os melhores serviços da faculdade. Foi meio embaraçoso testemunhar aquele marmanjo muito prestativo, célere e estabanado, escorando e tropeçando nos móveis, expedito, prestimoso, e atencioso com o dileto aluno. Feito o exclusivo e inédito atendimento, ofertados prazos — até então inexequíveis — o, anteriormente respeitável, diretor voltou às suas tarefas meio sem jeito, embora aparentemente satisfeito de ter proporcionado um privilégio à subcelebridade. Então tá!

             ***
Corinthians contra o Bragantino no estádio do Pacaembu. O árbitro era Sálvio Spínola Fagundes Filho. Ele, novamente, se encontrava em situação vantajosa. Embora o placar da partida dependesse da honestidade do seu trabalho, não ter que enfrentar o diretor bajulador já era algo para mim.

Desde a entrada em campo (antes do jogo) e durante a disputa, Sálvio Spínola, o árbitro, foi hostilizado. O auge das ofensas foi quando o Pacaembu inteiro “homenageou” sua mãe. Normal, é um jogo de futebol no estádio. Eu já havia esquecido do episódio, mas esse jogo ganhou um aspecto mais pessoal. Ouvindo mais de 30 mil vozes gritando aquilo, e sabendo que o juiz de futebol estava acostumado a ignorar aqueles impropérios nos ouvidos, ri sozinho.

Mesmo sendo uma coincidência, aquilo tinha um nome: vingança.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
Número de vezes que este texto foi lido: 53005


Outros títulos do mesmo autor

Ensaios 🔴 Vestidos para matar de rir Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 O Homem-Falência Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Entre meias e gravatas Rafael da Silva Claro
Crônicas 🔵 Machucado: o soco que nunca existiu Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Aos que eram felizes e não sabiam Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Meia-boca [Piada grátis, no final do texto] Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Arquivos X Rafael da Silva Claro
Crônicas 🔵 Está todo mundo preso Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Show do bilhão Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Prenda-nos se for capaz Rafael da Silva Claro

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 415.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 68995 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 57910 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 56745 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55820 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55076 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 55013 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 54890 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54873 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 54776 Visitas
Coisas - Rogério Freitas 54743 Visitas

Páginas: Próxima Última