Diante das impossibilidades, para algumas pessoas, restam apenas os sonhos...
Então, na aurora do dia,
os olhos inchados de chorar,
abriram-se para a realidade:
A solidão, o silêncio,
o afastamento, a indiferença,
pegadas e rastros
- tudo apagado -
uma vida que foi anulada,
abatida e morta em seu vôo
em direção à luz do sol.
O grito profundo
e seco do silêncio,
que dói na alma
e machuca o coração.
Coração que por mais
que busque não encontra
a compreensão,
o motivo e só consegue
ver o fim, as trilhas fechadas,
o jardim morto,
as portas
e janelas todas caladas.
Essa é a realidade de uma vida,
de suas palavras.
Uma realidade que não quer aceitar.
Quer abrir as janelas e portas,
reconstruir o jardim,
trazer o passado
ao presente outra vez.
Quer quebrar
o silêncio com o amor,
a solidão com
a presença ao lado.
Mas, a vida,
não é o que a gente pensa.
Ela acontece
sem que tenhamos controle
sobre suas vivências.
E sobre a vivência do outro,
por mais que tentemos
não conseguimos adentrar
se as portas e janelas
estão cerradas
e se tudo está escuro.
Realidade.
Escuridão.
Vida fechada.
O que fazer?
A vida é muito mais do que fazer.
A vida é de também sonhar.
E, agora, viverá sim,
nos sonhos seus,
o que a vida lhe nega.
E vai pensar,
conversar com seu silêncio,
ouvir o que ele tem a lhe dizer,
enquanto guarda suas palavras...
Maria
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