Quando escrevo sobre a tristeza, sempre ouço: Uma poesia tão triste, uma poesia tão linda. Isso pode ser com a poesia, mas a vida está cheia de pessoas tristes e desiludidas que não encontram mais beleza nem em viver. Essas pessoas precisam de ajuda para conseguir sair dos buracos escuros em que se encontram...
Um vazio tão grande,
um oco profundo,
aqui, bem aqui,
no miolo do coração.
Tudo distante,
longe, longe.
Tudo tão quieto,
um silêncio que grita,
que dói, que fere.
Corta como aço.
Queima como fogo.
Arde como brasa.
Não sei mais viver assim.
Não sei.
Esperei tanto, tanto.
Será que foi tudo em vão?
O que fazer?
Um instante apenas,
e me falta coragem,
um clique só, uma teclinha pequenina,
e... poderia desaparecer também.
Deixar-me morrer,
deitar-me no leito escuro,
cobrir-me com a terra
que quis conquistar,
com o solo deste recanto,
e... descansar...
descansar de minhas andanças,
de minhas lutas,
de meus sonhos
que nunca se realizam...
descansar de tudo,
só descansar
do cansaço de viver
esta vida que já perdi
e não sei mais onde encontrar...
acho que é o meu fim.
O fim de mim.
O fim de minhas palavras...
E, tão doído, assim...
assim tão sozinha...
Maria
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