A nascente duvidosa
As águas dos seus olhos rolam,
suas mãos geladas me imploram,
para mim ainda não desistir,
para mim para à morte não partir,
pois há mais uma batalha para vencer,
por isso você não pode me perder.
A luz está se apagando,
o tempo se foi passando,
sozinho, no vulto da escuridão,
lavando com lágrimas o coração;
deixando as gotas rolarem até secar,
ou multiplicando-as formando um mar.
Triste assim caminha a minha felicidade,
que era antes um todo agora é metade,
numa divisão pragmática da vida,
pela lágrima, ou toda a dor nela sofrida.
Nem a força de mil homens fortes,
muda o rumo, muda minha terrível sorte,
que me traz todo tipo de silêncio simbólico,
ou quem sabe um forte riso diabólico,
para com seu barulho alegrar o ambiente,
e para com sua loucura me roubar o consciente.
Pois as lágrimas que se arrastam pela minha face,
resplandecem no inferno e nova ira brota ou nasce
em cada segundo da luz irradiante do novo amor,
que se diz o mais puro, mas se revela no horror,
como o esgoto ao céu aberto, obscuro e nojento,
ou como uma libertação pelo genocídio sangrento,
que foi um simples objeto dos mortais insignificantes,
para dizer que da mais podre lama nascem os diamantes.
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Biografia: Escritor desde seus quinze anos, vencedor de doze concursos de poesia, três de contos e do prêmio de romancistas da semana cultural de São Paulo, Hiago Rodrigues de Queirós é digno de minutos de leitura, e esses minutos se vão, completando dias e noites, até o leitor dormir e sonhar dentro do livro.
Sua ironia incastigável é um grande destacador de seu estilo de escrever, sua indescrissão, revelam ao leitor o quanto ele mesmo pode voar dentro de um livro. Hiago, sem dúvida é uma das maiores promessas da literatura mundial. |