Se pudéssemos parar o tempo faríamos isso sem pestanejar, gritaríamos para que ele fosse devagar.
A velocidade como ele nos toca e nos modifica cria em nós a vontade de segurá-lo por alguns segundos, até o exato momento de assimilarmos cada mudança advinda dele.
Se pudéssemos transformar o antes, voltaríamos no tempo só para tentar consertar aquilo que fizemos.
Tentaríamos mudar o presente como fazemos com nossas roupas velhas e por fim lutaríamos contra o tempo.
Pediríamos para ir sem pressa e que o futuro seja exatamente como desejamos.
Beberíamos taças de vinho no escuro da sala, tentaríamos argumentar com o tempo, buscaríamos ensinar o maldito tempo a sofrer calado e sozinho.
Ah! maldito tempo que sabe passar, sabe ele matar velhas feridas e adormecer paixões não vividas.
O tempo sabe passar e zomba de mim por chorar por amor nos bares sozinho.
Tentamos parar o tempo, mas ele não quer parar. Ora nos conformamos com sua passagem, ora gritamos de agonia com falta de tudo o que ele levou, porque o tempo sabe partir e nos não sabemos partir.
Ele sabe encerrar os caminhos e nós sabemos morrer de amor no escuro do quarto sozinho.
|
Biografia: Não sou apenas um corpo comum, não sou algo que posso decifrar, não sou só alma e nem só pensamento. Sou infinita em sentir, sou intensa em amar a arte e o descobrir. Sou escritora simples, com sentimentos incubados que necessitam serem confessados - não como culpa, porém como escritos expostos ao vento e ao mundo. |