COISA PEQUENA
Fala morena
pelas brechas da janela
passam raios de luzes
os olhos e a dança dos raios.
A vida, quem sabe morena?
E morena, somos todos juntos,
somos todo o mundo.
Chove na rua
risos, noites e luzes
o dia já se foi e nem sequer um até breve
grande amor.
Pelos rios e dorso corpo da terra-morena
a saber noites adentro
duas vezes desligadas as luzes dos olhos
As marcas vertem uma esperança vermelha
iodo nos cortes sai um grito agrestino
tupy, aymará, coração tambor.
perder as imagens pequenas.
sem perceber palavras na cumieira.
Conheço táticas de guerras.
Mesmo assim é como não conhecer nada.
Só, coisas pequenas, morena
não esqueça, os heróis são imortais.
Não s’esqueça os poetas morrem
aos poucos todos os dias.
os idiotas nas calçadas, falam de futebol
coisa pequena, sou até fraco.
E o herói?
Coisa pequena, teu canto é meu canto
Num encanto que [e de todo canto
Nosso canto, não é coisa pequena
Num é coisa pequena, waimiri\atroari
Te falei, das lembranças dos cantos,
Guaicurus, Guajajaras em terra Guaranis?
Sou ate fraco.
Um poeta na juventude,
conseguiu prender coisas pequenas.
To dizendo alguns poetas
tem munheca e força hidráulica.
Sei...
As águas, rios e risos,
to falando não tem tédio,
a maioria pira com os poetas.
Pelas pequenas léguas
poeticamente racional sou 2+2=4, não suspiro
pelas aspirações, que só fazem suspirar
vixe, nem quero passar perto de tu coisa pequena.
Não passe. Não mesmo!
Não passarei, quero viver muito.
Se depender de mim, viverás sempre mais um dia, inclusive no meio do ano.
Nem te falo!
Coisa pequena, luzes no quarto cumpra-se.
Estrelas, não altere a determinação
mesmo se depender dos vaga-lumes.
Combinado?
O que tá combinado?
Ué.
Coisa pequena e doida, de palavras e cumpri-las.
Não fales nada, desfaladas.
Coisas pequenas de revirar cabeças.
Moço, Não bula comigo
não falseie
não jogue
não blefe
não falsei.
Trago escondido no meio das flores,
espinhos com pontas de diamantes
Sangrarei pelos cortes finos dos espinhos
sem perder a magia do brilho
dos teus olhos verdes como aságuas do mar.
Sangrarei, coisas pequenas e não farás nada além
de me olhar isso bastará.
Sim, te olharei, inspeção geral
ao vivo cumprirás o que dissestes.
Apenas com essa lição coisa pequena
De olhar-me, e estar vivo.
Um vinho a luz de velas,
sinto se voltar depois da mala pronta
mas se voltar, volto sem ela, a volta é difícil
Bom, apertarei as flores,
tudo são cores.... Os pássaros voam para longe.
Não magoe o coração com desculpas pequenas
senão as flores ficam sem perfume.
É ótimo ter coisas pequenas é maravilhoso.. .
É adorável sorrir, jogar e ganhar.
Perco, defino e me defino.
Definir as coisas é ter certeza do que não quero.
Então, funda-se e se misture.
com o suor salobro, salgado que escorrega pela pele,
é tua minha água.
Sou tua irmã mais nova a caçula que veio te lembrar
como se brinca apenas isso e quando você reaprender
a brincar de menino, eu sigo em busca do amor
seremos assim coisa pequena.
E você ficará pronto...
Para outras coisas pequenas.
Ai, saberás brincar de menino e ser o homem.
Do amor de uma bela rainha que te espera em algum canto do castelo dourado
que gostará de ouvir tuas poesias.
No papel magnífico que Deus te deu, criar e espalhar poesias.
Assim coisas de não amar os poetas e sim os moços da matemática.
Eles precisam da poesia, como as moças sem criatividade precisam,
de suas caixas pequenas de maquiagem.
Como se diz, trilhamos caminhos paralelos...
E paralelos não se encontram
seguem ali, lado a lado...
Buscando seu ponto final,
te levarei pela mão.
Na beira do mar em passos pequenos
te chamarei de algo especial - irmão d'alma
como já chamei alguns, que não foram irmãos nem nada
você será meu irmão...
Velarei teus momentos de busca,,,
porque a única coisa que buscamos de verdade é o amor
agora, irei, enquanto busco, e vivo.
Mesmo que não queiras coisas pequenas.
Sabe não te vejo sozinho....
Poetas não devem ficar só...
Seria puro egoísmo, poetas têm que ter uma mesa,
de frente pra um jardim, uma mulher com as mãos nos seus ombros,,,
relendo o que ele escreveu, às vezes coisas pequenas
e claro, enchendo os olhos de lágrimas
com as coisas que ele escreve,
às vezes sem alma pequena.
Chico Canindé 20.05.04
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