Sempre tive uma base familiar extremamente tradicional, com pai, mãe, final de semana na cada da avó, enfim, família de comercial para margarina.
Logo, durante a minha infância acreditava que meus pais eram perfeitos até que comecei a perceber movimentos estranhos naquela casa.
E foi ai que o trauma começou. Lógico que para estarmos aqui teve que acontecer uma parada entre os pais (não vou falar porque já acho estranho.), mas enfim, nós nunca imaginamos isso, na verdade nunca queremos ver isso.
Todavia, os pais duvidam da nossa capacidade intelectual quando criança, porque não é possível, sério pessoal, nós ouvimos, mesmo sem entender nós ouvimos e cara, é um dos maiores traumas que podemos carregar da infância.
Eu infelizmente não fui exceção e saliento não foi uma ou duas vezes, foram três (que lembre).
Nossa que sensação ruim, que som horrível, que imagem errada. Só quem já presenciou/ouviu sabe o que é. Sério, não desejo nem para o meu pior inimigo.
Não vou discorrer as histórias porque é demais para o meu cérebro, mas sabe o que me lembro é daquela cara de felicidade matinal, de quem venceu o campeonato e subiu para série A.
E você ali sentado, olhando tudo àquilo sem poder falar nada, apenas rezando para ficar surda e cega temporariamente.
Mas o interessante é que seu cérebro bloqueia essas informações até você estar “preparado” para entender realmente aquilo.
Nossa, o dia que acontece o estalo e começa a entender aquilo é muito desesperador, tipo, meu Deus, era isso então? Oh Deus, me leva agora, por favor. Aquela sensação de pavor volta e você começa a olhar seus pais tipo “aaa danado.”
Então pais quero avisar, nós ouvimos, não é pouco e deixa traumas.
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