Ciclo sines(anes)tésico |
Flora Fernweh |
Doce aroma camurça
que os jardins exalam
amaciando o ruído sujo
que amarga a cidade azul
perfumes fundidos em véus
esfarelam a solidez da lembrança
que trazem lúcidos na superfície
irradiante da magna luz dispersa
confundindo os gestos em papilas
não há um só corpo rígido
que não tombe ao som obtuso
da mente que ardente
revolve o sentir como solo apalpado
com mãos grossas de marcas solitárias
impressas na ferida profunda e inquieta
que avermelha em ecos secos a terra
e esverdeia o sal do mar sedento
pela terra, sua saudosa amante
penteada em brumas vivas de
doce aroma camurça
que os jardins exalam
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Biografia: Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. |
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