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Desenganos da alma
Angelita Penalva

Em uma noite fria de inverno, mantive a calma e a serenidade diante tantos e transtornados acontecimentos. Era somente eu em uma insólita e arborizada estrada de chão batido, que me levaria a um desconhecido local entre as montanhas, para um necessário descanso da minha mente e alma.
A vida havia sugado todas as minhas forças e esperanças, mas mesmo assim, buscava no inesperado algo que me preenchesse de um imenso vazio que me acometia naquele momento.
Já estava anoitecendo, o vento batia no meu rosto como se quisesse falar comigo que aquela era a direção certa a ser seguida, mesmo que a sensação que eu tivesse, era de estar sendo levada por uma força maior dentro de mim, sem pressa, sem rumo...
Tudo o que eu queria, era ter respostas para os meus mais profundos sentimentos. Uma mistura de emoções que me atordoava e me fazia fugir da realidade.
Quem sabe ouvindo o que o silêncio teria a me dizer, eu encontraria o que tanto procurava: paz de espírito!
Finalmente alcancei ao meu destino depois de uma longa e pensante viagem, me deparei com um lugar distante de tudo, vazio, bucólico, chegando a ser até um pouco intimidador, mas repleto daquilo que eu buscara a tanto tempo, o meu tempo, a minha singularidade em um mundo cheio de vazios.
A noite foi chegando e cada vez mais o frio vinha mostrando sua força em um ambiente onde a natureza predominava, me fazendo parecer mais frágil e pequena diante tanta grandiosidade. Vi que somos apenas meros contempladores de tanta força e beleza.
Havia alguns chalés, poucos e distantes uns dos outros, uma pequena loja de conveniência que nos atendia com alguns itens básicos, no mais, era somente eu e meus questionamentos.
Cheguei a me deitar algumas vezes, o cansaço da longa viagem não fora suficiente para que eu pudesse descansar meu corpo, pois minha mente ainda agitada, me cobrava a todo momento as respostas que eu tanto queria encontrar durante toda a minha caminhada de erros e acertos, tentativas e esperanças, conquistas e frustrações.
Amanheceu e um novo dia me esperava lá fora, a esperança sempre me convidava a ver a vida de uma forma diferente, mais positiva, alegre e divertida. Os meus pensamentos agora, eram mais animadores e davam espaço aos mais profundos devaneios, que me faziam ter a estranha sensação de que tudo ao meu redor estava mudado, como se eu pudesse ver de outra forma as mesmas situações que antes me atormentavam e que pareciam fazer parte de uma história que eu mesma havia criado.
O silêncio, o tempo, a solidão, podem até parecer cruéis quando nos confrontam a enfrentá-los, mas trazem consigo algo engrandecedor, aquilo que tanto queremos, o crescimento da alma que nos enche de uma sensação de conforto e segurança, algo que tanto procuramos  em lugares, coisas e pessoas, mas percebemos para nossa surpresa, que estavam mais perto do que pudéssemos imaginar, sempre estiveram dentro de nós mesmos, a nossa tão sonhada paz, encoberta pela nebulosa incerteza de qual seria a nossa verdadeira essência, roubada por distrações que um falso mundo nos oferece e que cabe apenas a nós mesmos reencontra-la.

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