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recordar é viver...
natalia nuno

vinha aquela chuva pela tarde cinzenta, o ar abafado que mal se respirava, o trigo nas eiras perfumava a aldeia e mais à noitinha um enxame de pirilampos aparecia de todos os lados por sobre a folhagem das árvores vindo até à beirinha das nossas casas a testemunhar o silêncio e preocupação das gentes da aldeia que à soleira da porta descansavam da fadiga do tormentoso dia, mas a trovoada passava o eco dos trovões desaparecia e o dia voltava a ter uma insólita beleza já mostrando o entardecer...ali ao lado mesmo na esquina do quintal uma buganvília agradecida por ter saciado a sede, crescia a olhos vistos como querendo cumprimentar a lua, enquanto nos loureiros lá mais em baixo os pássaros já se aninhavam para passar a noite...no destino da tarde quantos segredos, quantas preocupações e quantos sonhos acariciados pelos jovens com tanto amor para dar...nestas horas, cresce a nostalgia e a lembrança traz-me o assombro daquela moça perdendo-se nos sonhos com perfume a rosa nos inolvidáveis dias da juventude...o dia chorou comovido mas, resplandece prontamente, só na minha memória solitária há sonhos perdidos para sempre...o tempo range nos meus ossos, e coloca uma subtil névoa nos meus olhos, com o seu sorriso hipócrita deixa-me ainda sonhar, voltar no sonho à infância onde sou feliz com algo tão simples, às vezes traz-me uma mão cheia de recordações e deixa-me num frenesim, recordações que zumbem aos meus ouvidos como abelhas em volta dos laranjais em flor, e eu num tímido vôo lá vou lembrando a vida distante numa cega ilusão de matar o tempo permanecendo para sempre criança com a vela acesa na mesa verde onde para lá dos trabalhos de casa, sonhava...no quarto ao lado sinto ainda a ditosa presença da avó, lembro o seu rosto sulcado de rugas e só de lembrar me quedo numa nostalgia e os olhos de água se rompem...
acordar o passado é amar o rio, a aldeia, aceitar a ausência dos que partiram, e trazê-lo ao presente com palavras de frescura e luz.

natalia nuno


Biografia:
Nasceu na pequena aldeia Ribatejana chamada Lapas, concelho de Torres Novas a 19=1/1943, Estudou na Escola Industrial e Comercial de Torres Novas .É em várias actividades literárias conhecida por «rosafogo» nome com o qual publica na internet. Na sua poesia a saudade está sempre lá num rendilhado de palavras. Participou nas seguinte Colectâneas: «entre o sono e o sonho» Chiado Editora, «trago-te um sonho nas mãos» Temas Originais, «por um sorriso» Temas Originais, «poiesis vol XXXIII» e «poiesis vol. XXiX» Editora Minerva, «viva Outubro 2009» e «viva outubro 2010» Câmara Municipal Loures, «licença poética 2011» livro de Emanuel Lomelino, Lua de Marfim, « alma gémea 2011» Editora Brasileira Beco dos Poetas, «tu cá, tu lá II» Temas Originais, «Horizontes da Poesia III 2011» Editora Euedito, « digo não ao não» Lua de Marfim, «na magia da noite» Lua de Marfim, «entre o sono e o sonho III» Editora Lisboa, Antologia «Mãe» a convite da Poeta Maria Melo, « Poetar Contemporâneo» 2012 Edições Vieira da Silva, Antologia Luso-Brasileira « Cruzada da Poesia» «Horizontes da Poesia IV» da Euedito, Antologia Poética Contemporânea «Entre o Sono e o Sonho IV» da Chiado editora e «A Palavra é uma Espada» Edição de Autor. Prefaciou as obras: « No Chão de àgua » do Poeta Paulo César, o romance « Óh àfrica...oh África Minha» do escritor José Silva, e« Encontro-me nas Palavras» da Poeta Maria Antonieta Oliveira. Livros editados de Poesia: «Pesa-me a Alma» em 2011 pela Lua de Marfim e em 2014 « A Melodia do Tempo» pela mesma editora, editou na Roménia em português e romeno «Moldura da Saudade« e recentemente «Estremecimentos d' Alma» pela editora Vieira da Silva... participou na colectânea «Palavras que Contam» da editora Sinapis.E em 2018 novo livro de poesia pela Viera da Silva «Estremecimentos de Alma»
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