Parece que de ontem para hoje passaram-se 50 anos de tanto que experimentei da vida, tanta emoção, tanto aprendizado duro e profundo. Parece que carrego um fardo enorme em minhas costas que me sufoca, mantém deitada inerte, sem saber para onde ir.
Seria o peso da idade chegando? Seria a corda da chamada velhice que tanto falam me puxando para a morte, quebrando meus ossos, transformando-me em um esqueleto mumificado?
Estaria eu idosando? Não sei, mas uma coisa preciso dizer e faço-o através destas palavras escritas num livro do tempo:
Idade não é fardo, peso, carga não. É experiência de vida. São anos de aprendizado que ninguém tira da gente. Anos de conhecimento que não se conquista nos bancos das escolas nem nas páginas dos livros. É vida vivida, curtida ao sol. Vida sofrida. Vida calcada na vida de outras vidas, e em histórias que só o tempo pode contar.
Queria poder chegar lá com a certeza de que vivi intensamente cada momento como se estivesse sugando um favo de mel. E se sobrar só o bagaço, então vou ser feliz.
O doce, se tinha, já se espalhou...
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