Você não sabe, mas as vezes me falta até ar, não consigo respirar, o peito arde, a cabeça dói e mesmo assim continuava a escrever sem saber se aquilo acabaria de me matar ou me faria reviver.
Você não imagina quantos poemas já escrevi derramando lágrimas, desejando a morte e fingindo calma, depois que terminava de escrever apenas deitava em minha cama em posição fetal e chorava até adormecer.
Você não sabe o que é se sentir sempre perdida, sentir sempre o peso do mundo em suas costas, sentir dores que não existem, sentir as feridas que estão em sua alma, ver seus demônios gritar desesperadamente, ver o mundo cair e apenas ignora-lo, não entende o que eu fui e o que eu sou.
Ninguém imagina quantas vezes vivi sem respirar, sem sentir, sem amar, fazendo tudo de forma mecânica. Você sabe quantas vezes eu escrevi mesmo sem fôlego?
J.S
Qui, 30 de Janeiro de 2020
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