A felicidade não é definida por um conceito fixo, é possível analisar por meio de padrões e virtudes que regem épocas e sustentam os principais valores sociais, que o ato de ser feliz está em constante mudança, não aplicando-se deste modo, unicamente à definição hedônica de prazer supremo. Expressa-se ainda em outros campos do saber, além da filosofia, pois as consequências de um povo feliz são práticas, variam conforme o contexto e dependem de fatores relacionados ao estilo de vida e ao modo de encarar a própria condição huamana.
     Tendo em vista o modelo capitalista que rege a economia e o consumo global, é possível perceber seu impacto no dia a dia das populações, e a influência dos valores pregados pelas tecnologias e padrões ditados pela mídia, em sua essência humana mais profunda, o que compromete a ideia de felicidade, que do ponto de vista sociológico, permite-se ser definida como um ideal de uma classe dominante a ser buscado pelos demais cidadãos.
     Segundo o escritor russo Tolstói, a alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira. Por meio desse pensamento, uma outra face relacionada à felicidade é vista: o bem-estar do outro como motivo geratriz da felicidade autêntica e a subserviência como modo fundamentla de alcançá-la. Como diferenciar a felicidade da ilusão que ela proporciona? Este é sem dúvida um dos principais questionamentos que permeia a vida dos indivíduos na era da informação digital e das redes sociais.
Ser feliz é, entre outras coisas, uma escolha. Há muitos fatores sociais, econômicos e de modo de vida, relacionados à felicidade, mas ela, um substantivo abstrato, depende unicamente de um ser humano que enxergue a própria vida com diferentes lentes e valorize aquilo aquilo que tem, mas principalmente aquilo que é. Como já dizia, Thich Nhat Hahn, não existe caminho para a felicidade, pois a felicidade é o caminho.

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