Sempre acreditei
que dentro de mim
moravam duas,
rainhas por inteiro.
Uma delas sempre existiu,
era a autêntica, aquela real.
Mas ficava invisível,
pois pelos outros
seu nome tão simples,
não era considerado maneiro.
E me chamavam pelo apelido.
E assim vivi toda minha vida,
sempre escondida,
em duas marias, que
se misturavam, dentro de mim.
Para uns era maria rose
e para outros rose maria.
Até que um dia veio você,
a rose maria, à conhecer,
mas, que era maria rose,
nem mesmo você, podia saber.
O tempo passou,
a água rolou.
Vieram as noites,
os dias enfim.
E chegou aquele
em que alguém falou
um nome prá mim.
E depois disso
quem apareceu?
Maria rose que
do anonimato desceu.
E me disseram:
maria rose,
prefiro o primeiro
e depois daquele dia,
forte e soberana,
nasceu Maria.
Devido a isso
sempre entendia
que nessa poesia
das duas rainhas,
uma era rose
e a outra maria.
Mas enganei-me,
hoje já sei,
essa rainha
não era eu,
mas era sim,
a outra de mim.
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