Ao relento sanguíneo
Meu ser sóbrio devanece na melancolia
Minha alma está bifurcada
Meu coração envelhecido
E meu escárnio, trovador
Nascida no oriente, trago comigo o pó das Arábias
Monastérios me enlaçam em catedrais boreais
Na taiga espero, o suplício da aurora
Que anuncia a calada resplandecente nas alturas
Um grito impetuoso me desperta
Sigo trilhando pelo Bósforo
Histórias, reinos, impérios e ruínas
O Mármara um dia foi navegável
Gozo da pureza destes fatos
A cicuta é menos avassaladora que o veneno de um orgasmo
Grécia mediterrânea, da pólis, filosofia, das olivas e de Homero
Irlanda, o verdejante Erin dos poetas gaélicos
Egito, sua esfinge é maior que a praga do Saara
Vida, ausência de sombras, tormento dos pensadores
Aqui na clareira,
Ao relento sanguíneo
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Biografia: Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. |