ACESSO NEGADO |
Celio Dubanko |
Não há mais saída!
É inevitável!
Preciso te arrancar de mim
Apagar os arquivos da mútua existência
Deletar cada tiquinho de afeto
Cada fragmento dessa paixão
Portadora e disseminadora do vírus da solidão
Semente virtual de um amor improvável
Esgotaram-se as possibilidades
Não é mais tratável!
É urgente te abortar de mim!
Pra cuidar das feridas no colo da alma
Estancar toda aquela sangria
E preservar o útero para uma nova gestação
Até a mais negra e impaciente madrugada insone
Embala em seu ventre o feto do amanhecer
Vou ajuntar os pedacinhos de mim
Reinventar o leito da estrada
E recriar os caminhos de busca da direção perdida
E se um dia o acaso novamente nos reencontrar
Esconder a saudade num cisco fingido
Disfarçar esse brilho salgado no olhar
E renegar cada lágrima grávida desse amor extraditado
Com acesso negado ao país do coração
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Biografia: |
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