Existe certo costume em atribuir imparcialidade nas práticas jornalísticas, como notícias e matérias, e também em ocasiões de debate. Atribui-se a isso pela noção que temos de relacionar a imparcialidade com honestidade.
Ao procurar o significado bibliográfico da palavra imparcialidade vê-se como caráter ou qualidade do que é imparcial; equidade, isenção. Mas é fácil ver os dilemas de tal termo na aplicação diária. Basta que se pense na imparcialidade ao relatar sobre as diversas culturas que temos no mundo e refletir sobre suas práticas. Aqueles que retratam culturas que praticam a poligamia e escravização da mulher do mesmo modo com que se referem aos grupos que simplesmente criticam hábitos como o sexo descompromissado, baseando-se na premissa de que ambas impõem algo, está deixando claro que há uma aversão pessoal quanto à responsabilidade própria.
Nessas e outras situações, a imparcialidade mostra-se manca e dependente da relatividade. Como dizia o grande escritor G. K. Chesterton: "A imparcialidade me parece uma desculpa para indiferença."
Ao reconhecer que algo ou alguém têm algo a oferecer, desde bens materiais à sabedoria, sabendo diferenciar o bem do mal, o que se pode concluir é que reconhecer que algo é benéfico ou maléfico, ativo ou passivo, trata-se simplesmente de senso de realidade e honestidade para viver de modo adequado.
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