Entre barracas e calhas,
Entre casas e matas,
O pobre sobrevive a migalhas
Correndo de tantas perdidas balas.
Balas de fogo pela violência,
Pela exploração e impaciência
De policiais, pela elite e pelos governantes
Que arriscam a vida de tantas pessoas com vidas alarmantes.
Todos correm noite e dia
Das balas perdidas que assolam a rotina
Nas contas em que são difíceis de pagar,
Nos ônibus que são difíceis de respirar,
Nas escolas que são difíceis de estudar,
Nos trabalhos que são difíceis de arranjar
E na sociedade que é difícil de se ingressar.
Esse poema é um pedido
Para que o governo repense o seu egoísmo
Dando privilégios a uns e a outros sacrifícios,
Dando tudo a uns e a outros um pouquinho.
Não se pensa em uma distribuição de renda mais justa
E em melhores políticas públicas
Porque a representação política do pobre é quase nula
Enquanto do rico é uma grande fartura.
Esse poema é um protesto contra a injustiça
Que acometem milhares de vidas
Que estão com a mente extremamente cansada
De ser tão injusticada, estigmatizada e sobrecarregada.
Esse poema é um alerta
Da favela que manifesta
Um tipo de negligência do governo
E de alguns da sociedade com uma visão carregada de preconceito.
Esse poema é um lembrete
De que somos humanos e viventes.
A arma de fogo deve ser guardada e destruída
Porque estamos cansados de viver correndo da bala perdida!
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