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Tampa da Panela
Lívida
Gabriel Pereira do Amaral

Tampa da Panela
Eis, que todos falam: Toda panela tem sua tampa.
Ah! que Balela
Minha panela está toda amassada
Furada
Estrupiada
Lívida
Como ter a tampa da panela, se nem meu eu, se nem minha própria panela tem condições de se encher...
De encher de amor próprio...
Quem dirá encher de amor de outrem.
Ah, dizem: Toda panela tem sua tampa, que balela.
Vida...
Repleta de hipocrisia, não me digas o que fazer, por favor.
Isso de tampa da panela, ah sim, com certeza é uma balela, imposta pela sociedade.
Ah, que "bela" balela.
Eis, que talvez, muito talvez a panela seja arrumada
Consertada
e quem sabe ter uma tampa? Ou não, talvez minha panela não seja feita para se tampar.
Meu corpo, minha alma grita por liberdade, ou não.
Vida...
Ó vida cruel.
Por fim, tudo se acaba, se deteriora...
Talvez até seja arrumada, para depois alguém vir e estragar novamente, e a cada vez que se estraga, mais ela se enfraquece.
Toda panela tem sua tampa? Ah, que Balela!


Biografia:
AMARAL, G. P.
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Poesias DEVASSIDÃO Gabriel Pereira do Amaral

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