Nem quero pensar que , de um momento para outro, poderei estar entre aqueles mencionados pelo padre Fabio de Melo, quando falou sobre a inutilidade que , talvez, passemos a representar. Em outras palavras, mas usando os mesmos verbos e o mesmo astro : “bota o Aníbal no sol” e depois “ tira o Aníbal do sol”. Como se fossemos uma receita de bolo que deve obedecer a uma série de normas para não abatumar.
Passar a ser uma coisa, indiferente aos sentimentos, surda aos sons das trilhas sonoras de outras vidas, levando quaisquer desaforos para casa, não por comodidade, mas por não entendê-los ou, simplesmente, ignorá-los ou escutá-los (mouco eu?).
Estou aqui, esquecendo o que devo buscar lá no banheiro, o que deixei de comprar na farmácia, trocando o nome do meu marca- passo por toca –fitas e coisa e tal...
Estou aqui, pedindo a Deus para que eu possa continuar a trocar sorrisos por promessas que se devam cumprir, para que todas as outras se realizem, para que o bem seja vitorioso, que nem na novela das seis.
Aqui para pedir que não me esqueçam, por parentesco, obrigação ou gratidão. Não me esqueçam pelo amor que a tantos dediquei, sem esperança de reciprocidade, mas unicamente pelo imenso prazer de amar.
Lembrem-se de mim nem que seja para exclamar: - Já foi tarde!
Rio, 23/9/2018
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