NA PONTA DA AREIA |
ANA QUEIROZ |
Você na ponta da areia
Eu na ponta dos pés
Olhava para o infinito
Mas só via o convés
Convés de um barco partindo
Levando consigo um amor
Vejo na areia
A marca de um corpo deitado
A marca está funda
Talvez sejam dois corpos
sobrepostos
Vejo duas pisadas pesadas
Talvez quatro pés
Vi duas sombras no ar
Talvez dois corpos no mar
Vejo àgua molhada
De uma paixão retardada
Vejo o mar em seus olhos
Se afogando em desejos
Desejos ocultos
De um culto
Um culto ou uma seita
Seita sem receita
De um amor que se afundou
Misturado a dor
Chega de sofrer
Vou secar meus pés
Com a toalha do mar
Que dirá
Quem vai me amar.
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Biografia: Lancei um livro de poesias, em cooperativa. Fiz cursos livres de roteiros para cinema. No momento, estou escrevendo um roteiro de longa metragem. |
Este texto é administrado por:
ANA (LUCIA DE AZEVEDO ) QUEIROZ
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