Um dia,
quando não houver mais poesia,
andaremos de chapéu na mão
pelo cosmos da ilusão...
Abandonados que fomos
pelo que nós somos,
as estrelas se esconderão em Plutão,
a batida que ouvirmos
será só a do nosso coração...
Não adiantará avultar lágrimas,
nem rezas aos santos escondidos,
seremos ciência absolutamente nova
no mesmo e antigo vidro...
Nos daremos as mãos como João e Maria,
seguiremos os passos do sol
até que a bondade que espalha alegria
nos arrebanhe no arrebol...
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