Quase ninguém se manifesta sobre a injustiça social que sobrecarrega os avós! E tudo é muito parecido: os filhos se casam, não perguntam a opinião dos pais na escolha do cônjuge, até porque empinam o nariz e dizem: “quem vai morar com ele sou eu”. Mas...morar onde, cada vez mais? Na casa dos pais!
E aí, quando começam a chegar os filhos dos filhos? Quem vai ter que ninar, levar à escola? Alguns pais por comodismo não se importam de ensinar uma religião, também são os avós que assumem o comando. Se o menino é educado foram os pais que souberam educar! Se, porventura, forem rebeldes? Culpa dos avós que deram “tudo”... Quando o casamento do filho que foi e voltou com as malas é equilibrado, harmônico e pacífico, fica menos penosa a tarefa de abrigar. Se o motivo da volta for “somente” uma crise financeira, menos mal. Casa de pais, onde “come um comem dez”. Menos mal ainda, se quem voltou aceita as regras da casa! Mas...nem sempre aceita e começa a exigir e ocupar muito, mas muito ESPAÇO!
É preciso refletir sobre o peso que filhos descarregam sobre o ombro dos avós. Sei que os avós, se puderem e tiverem saúde, recursos, espaço, disponibilidade e VONTADE, ajudarão com a maior boa vontade. Caso contrário, ajudam também, com o maior sacrifício. Avós com aposentadoria minúscula e saúde precária são sacrificados com todas as armas do ABUSO.
O que fazer? Filhos devem ser educados para que haja uma grande expansão da consciência para torná-los capazes de distinguir entre o que é AJUDAR e o que é ABUSAR! Quem não gostaria de ajudar os filhos na hora da necessidade, na carência, na aflição, socorrendo? Portanto, está proposta uma reflexão sobre o assunto: educar filhos para administrar suas próprias crises, evitando transferir para seus pais as adversidades que lhe sobrevierem. Evidentemente aquelas que puderem ser evitadas. Há filhos que não respeitam os parâmetros da justiça e saem descarregando absolutamente TUDO nos ouvidos alheios e de pessoas idosas quem não podem dar a solução.
O ninho paterno estará sempre de portas abertas aos filhos. Os filhos devem se preparar cada vez melhor para administrar uma eventual situação de retorno ao antigo Lar. O respeito é o melhor caminho de volta! Vovô e vovó estão se divertindo com um programa na TV ? Ensine seu filho a ir brincar lá fora, em outro espaço, jamais chegar, meter a mão e mudar o canal. A criança educada entende. Os avós advertiram o neto? Nunca discordem em público, divergências não se discutem com plateia. Tudo pode ser resolvido, sim, com perspicácia.
Pense nisto!
Ivone Boechat
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