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SUPLÍCIO DA NATUREZA
Derlânio Alves de Sousa


SUPLÍCIO DA NATUREZA

Sou sua mãe,
A mãe natureza.
Foi Deus que me criou
Sou eu quem lhe dou,
O pão que tem na mesa.
Se disso tem certeza,
Tenho algo a lhes pedir:
Peça que o bicho homem
Deixa de me destruir.

Sempre lhes dei sustento
Sem nada pedir de troca,
Hoje, portanto lamento,
Desejo algo de volta,
As minhas águas cristalinas,
Minhas matas verdejantes,
Peço socorro! Se não assim eu morro,
Neste instante.

Já faz muitos anos
Que o homem me destrói,
Em meu seio muito dói
As queimadas, a erosão,
Se tens coração
Cuida bem de mim,
Pois a minha morte
Pode ser seu próprio fim.

Vejo lixos e agrotóxicos
Entupindo minhas veias,
São coisas tão feias
Nojentas e patológicas.
O homem não faz nem lógica
O quanto isso me judia.

Se ainda ouvir do Ipiranga
“Brados retumbantes”
De uma nação tão importante,
Que alcançou sua liberdade
É possível me libertar,
Do aquecimento tão alarmante
Peço, neste instante:
Ao homem para me salvar.

“ se até mesmo a asa branca,
Bateu asas e foi embora”
E por isso que ela ignora
O quanto o homem explora
Meus recursos naturais.
Portanto, assim, não dá mais.
Por que ninguém colabora
Ignora
Explora
.
Tão destruindo minhas matas
Tão matando meus animais,
Tão poluindo meu ar,
É por isso que o poeta
Quis assim cantar:
        “... O que plantar não nasce
        O que nascer não dá
        A terra está morrendo
        Não dá pra respirar...”

Seja você mais um,
Um membro desta corrente
Peça pra que mais gente,
Plante mais árvore,
Preserve minhas águas
Salve o meio ambiente.

Chamei sua atenção
Invocando meu suplício,
Use bem meus recursos,
Evitando desperdício
Sua mãe natureza,
Com certeza agradece,
Se você pensar nisso!

             Derlânio Ales, Outubro de 2007




Biografia:
Derlânio Alves de Sousa, nascido em 04/01/1976 no município de Aiuaba CE, filho de agricultores, Eneas Alves e D. Santa, é professor de Língua Portuguesa, tem pós-graduação em Língua Portuguesa e Literatura brasileira.
Número de vezes que este texto foi lido: 59433


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