Se não sabe beijar, lamba,
não como se faz para colar um selo,
ande equilibrando na corda bamba,
mas como a um sorvete de caramelo...
Se não sabe escrever, leia
as palavras do poeta que tece a teia
à procura de presas para a poesia,
tear o sonho é o fruto da alegria...
Se não sabe desmontar a armadilha, fuja,
não como fazem aqueles com medo da chuva,
para sobreviver é preciso esquecer a que veio,
salvar a si é salvar os que estão até os joelhos...
Se não sabe o que dizer, silencie,
faça como o monge que diz que vive
em absoluta calmaria mesmo que seu navio
em tempestade furiosa afunde no mar frio...
Se não sabe que saber de nada vale
quando o sol espiar tua nau a velejar em nuvens brancas,
sobre os campos verdes de lírios amanhecidos vague,
diga ao barco que ter alçará que estás como uma criança...
|