Na manhã a poesia se eriça,
cresce como gigante sequoia,
no espaço boia:
será que combina com a energia
e traz poemas cintilantes ao dia?
No fim da tarde a poesia descansa,
estende o corpo entre sereias brancas,
miúdas arraias, passeia com golfinhos:
será que só no poente a poesia
escreve versos aos corações cheios de vinho?
Chega a noite e a poesia se põe em brilho,
caminha, flutuando, entre amores divinos:
será que escreve com estrelas palavras ardentes
aos corações que sabem que o amor à noite é mais quente?
Chega a madrugada e ela está só, quieta,
abre as cortinas do sol que desperta:
Será que morrer e viver por amor
será o verso máximo da poesia em flor?
|