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Jogos da Mente
Jayro Luna

Jogos da Mente
A Raul Seixas, Paulo Coelho, Ram Bojam e Inri Cristo
“We're playing those mind games together”, John Lennon.
“A despeito de nossa mente, de nosso intelecto, de nosso poder de raciocínio e de nossa inteligência, continuamos a ser enigmas a nós outros” James N. Powell
“A meta da individuação não é outra senão a de despojar o si-mesmo dos invólucros falsos da persona, assim como do poder sugestivo das imagens primordiais”. C.G. Jung

No princípio era o Verbo...A palavra é tudo
Tudo o que somos está nas palavras...
Meu sonhos, meus desejos, tudo pelo que me iludo...
Minha obra, meus poemas, toda minha lavra!

Na linguagem começa e termina minha existência!
Não sou nada sem ela, sequer existo fora dela!
De teu amor, apenas por ela tomo ciência,
De certo modo, a linguagem é uma cela!

Como vemos o mundo, o que é a realidade...
O que entendo e sinto por Deus
O que está entre mim e os outros, na verdade,
Reduz-se e amplia-se ao som de signos-proteus!

A transcendência buscada por tantos avatares...
Exilados nos templos, nas árvores, nas montanhas,
Buscando entender os segredos dos lares, dos bares,
Do que chamamos vida....pretensiosa descabida façanha!

Vi uma vez um menino no longínquo Nepal,
Era Ram Bojam...Mas esse retiro de sofrimento, de recusa...
De se fechar a tudo para se encontrar afinal,
De não ver a vida à volta, se torna busca obtusa!

Uma vez um velho e bom homem pediu ao monge
Que o ensinasse a conseguir a iluminação,
Meditou vinte anos numa caverna bem longe
Não a conseguiu...Só a teve quando o desejo se deixou em vão!

Se quere é poder...se a voz do povo é a voz de Deus...
Quero e não posso, ouço as pessoas e não entendo
O que se passa entre meu espírito e os poderes que não são meus!
Já cantei o som da sílaba OM....Já o poderoso DA estive soando!

Mas o que me resultou em tal intento de magia,
Foi que a paz de espírito não é o que busco,
Não sou avatar da paz, não sei ao que a vida me ia,
Quando a mudei pelo rumo mais rude e mais brusco!

Quando a pétala de flor cai sobre a água do calmo lago,
Quando a luz se reflete nas tênues ondas do rio,
Em mim um Oceano de Netuno se me perde o que divago,
Tsunâmes revoltos abarcam muralhas e diques e me desvio!

No topo de minha cabeça, por onde passa o raio
Que chega ao meu terceiro olho, a lustrosa pineal,
Não sei por onde vou, que não estou em mim, eu me saio
E fico a procurar por mim no meio dum canal!

Sei hoje, porém, que a palavra é tudo! Que é o Verbo!
Adão, o primeiro homem que falou, falou só...
Não havia Eva ainda, Deus ocupado num afazer acerbo...
Adam Kadmon ouviu sua própria voz vinda do pó!

O Sol, as estrelas, o relâmpago, a árvore, as aves...
Os navios, os aviões, os carros, os sapatos...
Meus poemas, suas músicas, nossas palavras suaves,
Tudo é apenas e só da linguagem um ínfimo ato!

Quando penso que me penso, e se penso o que penso
É na verdade o verbo que pensa que existo em mim
Sou uma possibilidade de rima, de verso suspenso,
Sou individualidade falsa, sou o começo em forma de fim!


Biografia:
poeta com alguns livros publicados, vencedor de alguns concursos...professor universitário da área de Letras, com pós-doc, doutorado e mestrado pela USP. Músico, artista plástico...já joguei futebol, e de botão também...
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