Marco Aurélio Rodrigues Dias é filho de João Baptista Rodrigues Dias e de Jandyra Carvalho Dias, prima do ex-ministro de Estado da Fazenda, Antônio Balbino de Carvalho Filho, pasta que o político baiano assumiu no dia 25 de junho de 1953. Naquela época, o então ministro Antônio Balbino visitou a prima, no Rio de Janeiro, por causa do aniversário de 1 ano de Marco Aurélio. Ele mesmo sugeriu que Jandyra colocasse o nome Marco Aurélio no menino, lembrando a teoria política de Sócrates e Platão, em Atenas, segundo a qual o governo ideal seria aquele no qual o governante fosse um filósofo, além de estadista (a idéia de um rei-filósofo). Por fim apareceu o Imperador Romano Marco Aurélio, filósofo estóico, que não tinha nenhuma ideologia de vida melhor para o Estado, limitando-se apenas a constatar, em reflexões, a dura realidade da vida finita e medíocre do ser humano. Mas não chegou a ser o filósofo dos sonhos gregos! Porém Jandyra, prima do ex-ministro Antônio Balbino, gostou da história e acatou a sugestão, colocando, no filho, o nome do Imperador Romano.
Marco Aurélio Rodrigues Dias, autor do livro Biografia de Nhá Chica, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 28 de junho de 1952. Desde pequeno foi um menino quieto, calado e procurava sempre um local retirado para ficar ali pensando. Cedo desenvolveu um gosto por igrejas. Foi quando começou a preferir igrejas vazias para ficar sossegado. Sua igreja preferida era a de Nossa Senhora da Penna, na Freguesia, jacarepaguá. Também passava dias inteiros em montanhas fazendo retiro, jejum e oração. O Pico da Pedra Branca era o seu local preferido. Procurava também os morros de Vargem Grande, no Rio de Janeiro, onde passava dias orando, jejuando e tomando banho nas cachoeiras. Constantemente fazia doações de roupas e alimentos a comunidades carentes, na Praça Seca, local onde nasceu, e a vizinhança já tinha o costume de ir a sua porta levar mantimentos e roupas usadas para ele doar aos pobres. Chegou mesmo a organizar uma equipe de várias pessoas que ajudavam no trabalho de caridade. Quando tinha por volta dos 17 anos procurou um seminário, em Guaratinguetá, onde desejava ingressar como seminarista para seguir a vida religiosa. Foi aceito, mas desistiu porque tinha que estudar outras disciplinas como português, matemática, geografia, etc. A ele só interessava mesmo estudar filosofia, teologia e levar vida separada. Antes disso, frequentava diariamente a capela da Igreja de Santo Antônio, no Largo da Carioca, Rio de Janeiro, onde, além de orar, ficava admirado com a beleza das obras de arte no interior do templo. Visitava também, e muito, o Mosteiro de São Bento. Vieram então as viagens. Marco Aurélio quase não parava mais no Rio de Janeiro. Aos 28 anos resolveu viver em São Lourenço, estância hidromineral, por causa da vida calma que podia levar e construiu uma pequena capela dedicada a Nhá Chica naquela cidade, onde leva vida pacata.
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