Quantas escolas terei que frequentar até aprender o que é amor,
quantas florestas terei que devastar até compreender a flor,
sabê-la espantada e perdida num redemoinho de machados,
o quanto terei que lutar para ser simplesmente um homem respeitado?
Quantos mapas astrológicos terei que desenhar
até descobrir o rumo de minha alma celestial que vaga,
quantas pontas de fuzis ou de ferinas adagas
se porão em meu coração que sonha descansar?
Tudo o que quero é só um abraço,
uma palavra feliz, não maculada,
tua mão desenhando o traço
de minha poesia calada,
tudo o que preciso
é um pote de loucura
cheio de juízo...
Quantas estações conhecerei até descobrir aquela que leva
os sonhos para um despertar entre nuvens de algodão,
quanto sangue terei que derramar até que se faça uma trégua
entre o desejo de morrer e o de viver entre tantos irmãos?
Tudo o que eu quero é um mosteiro vazio,
colinas sem fogo com ovelhas de pés descalços,
tudo o que quero agora é o teu calor para o meu frio,
em teu caminho aprender a dar os primeiros passos...
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