|
O que falar? Falar que uma pergunta boba no Tinder me fez sorrir? Melhor, que sorri com sua resposta a minha resposta, entendeu? Sorri com sua capacidade de analisar uma pessoa que nunca viu com apenas uma resposta a uma pergunta boba.
O que falar? Falar que você fez uma diferença enorme no meu fim do dia com aquele “jogo” de perguntas, cheio de regras, no Tinder? Que me deixou toda empolgada com uma ação simples, apenas pelo fato de saber que no final do dia alguém ia fazer-me sorrir e sonhar. E mais uma vez, você me descreveu como se me conhecesse há algum tempo. Fiquei surpresa com essa sensibilidade, tudo bem, poderiam ser cantadas, mas prefiro acreditar que eram palavras sinceras.
O que falar? Falar que adorava as nossas viagens no bate-papo? Que as nossas histórias mirabolantes finalizavam meus dias de forma leve e divertida? Posso contar um segredo? Não vale ficar se “achando”! Você conseguiu deixar-me excitada, mesmo eu dividindo atenção entre a nossa viagem erótica e o jogo de dominó com minha tia.
O que falar? Falar que apesar de ser distraída, em um momento, juntei as informações e me toquei que você tinha compromisso com alguém? Fiquei: Puts! Que vida, se cupido existe, o meu é mais abestado do que eu ou ele adora me trolar. Não que eu tivesse criado alguma expectativa... pode acreditar! Está bem, confesso, fantasiei um pouco.
O que falar? Falar que você foi importante em um momento delicado que eu estava passando? Que me senti confortável em falar para você o motivo pelo qual eu estava chorando e que você me confortou sem julgar-me?
O que falar? Falar que quando você confessou que estava gostando de outra moça, no início eu pensei que se tratava de mim, mas quando percebi que se tratava de outro “amor”, esqueci as fantasias bobas e aconselhei-te como se eu não tivesse nenhuma esperança?
O que falar? Falar que às vezes em que ficamos sem conversar, alguma coisa acontecia e você aparecia como a Margarida? – Já ouviu “esse dizer”? "Apareceu a Margarida!" Pronto! Bem isso! Quer um exemplo? Quando eu estava arrumando minha bagagem para voltar para o Piauí e você falou comigo nessa hora.
O que falar? Falar que me senti especial quando você me escolheu para dividir sua aflição? Confesso que eu ando mais sem crédito do que com crédito no celular, mas acabou que nesse dia eu tinha dados móveis e que durante a viagem, na estrada, o sinal de internet sempre dava o ar da graça. E mais uma vez conversei com você como se nunca tivesse fantasiado algo. E apesar do conflito, eu torcia para que acontecesse o que fosse te fazer feliz.
O que falar? Que tivemos tempos sem trocas de mensagens, como aconteceram em algumas vezes desde dezembro de 2015 até os dias atuais? Mas que novamente, como a “Margarida”, em uma data importante você estava presente me dando conforto.
O que falar? Falar que nunca imaginei que fôssemos nos conhecer e que aquelas nossas viagens malucas, de fato, iam se tornar reais? O que falar? Falar que me encanta sua sensibilidade, que me encanta seu gosto por viajar, sua paixão pelo café, seu interesse por ler, sua capacidade de acertar detalhes.
O que falar? Falar que tudo isso que escrevi e memórias que eu guardo, não necessitam ser contadas nem para os melhores amigos? Eles não entenderiam, julgariam e interpretariam cada um com suas visões, eu prefiro ficar com as minhas. Afinal, “meu coração é lírico demais” e é assim que quero guardar as histórias que me fizeram feliz.
|
