Não se é velho e nem novo à poesia,
apenas por detrás de cada rosto fia
o tempo seus bordados de eternidades;
só a ele cabe as benesses,
às vezes mornas, às vezes frias,
da mentira e da verdade...
Não se envelhece escrevendo versos,
nem mais nova se torna a pena que se gasta;
lá no fundo, como naus afundadas, imersos,
os poemas que as paixões furiosas tragaram...
Ao dia e à noite não há calendários,
menos ainda os interlúdios outonais;
só aos poetas, da poesia funcionários,
restam fragmentos do nunca mais...
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